CEO da Kopenhagen diz que pior já passou na crise do cacau e que mudar receitas é ‘inegociável’

Em meio à disparada do preço do cacau, que chegou a multiplicar quatro vezes, a CEO do Grupo CRM – dono da Kopenhagen e Brasil Cacau -, Renata Vichi, comenta que o cenário segue sendo uma pedra no sapato para o setor, todavia o pior já passou. Além disso, comenta que mesmo a ‘inflação do chocolate’ em alta, a marca não cogitou mudar seus produtos ou repassar totalmente os preços ao consumidor final.

+Como a crise global do cacau fez os preços do chocolate disparar

“Já passamos a ‘arrebentação’, a fase mais crítica e agora seguimos vendo um cenário para 2026 e 2027 um pouco melhor do que foram os anos de 2024 e 2025”, diz a executiva à frente da Kopenhagen e Brasil Cacau.

Vichi acrescenta que a companhia preferiu ‘trabalhar eficiência’ internamente em vez de repassar a inflação em sua totalidade ao consumidor final. A executiva, que está há quase três décadas na empresa, relata que nunca viu um cenário de inflação para a commodity agrícola como o dos anos recentes.

“Toda a indústria chocolateira passou por um momento extremamente desafiador com a alta do cacau, mas soubemos de forma maestral passar por isso, conduzindo todo um projeto de ganho de eficiência sem que alterássemos o principal, que é o produto, a maneira com qual nos relacionamos com nossos consumidores”, aponta.

O preço do cacau registrou alta de 189%, com picos de até 282%, ao longo de 2024, segundo a Associação Brasileira da Indústria da Alimentação (Abia). Em 2025, o cenário mostrou uma certa melhora, com uma retração de cerca de 23% desde o início de 2025, de acordo com a negociação em um contrato por diferença (CFD) que acompanha o mercado de referência para a commodity.

‘No chocolate da Kopenhagen ninguém mexe’

Vichi comenta que mesmo com a empresa trocando de mãos algumas vezes ao longo dos seus 98 anos de história, as receitas e fórmulas seguiram as mesmas. Isso, mesmo após a compra da Kopenhagen e da Brasil Cacau em 2023 pela Nestlé, com um cheque bilionário.

“A Kopenhagen segue a quase 100 anos mantendo a suas receitas de forma inabalável. Para nós, qualidade é um ativo inegociável dentro da nossa história”, afirma.

A executiva relata que a empresa segue com foco em ‘levar memória afetiva’ aos clientes, frisando a longevidade de chocolates como a língua de gato, no mercado desde 1940.

Expansão a plenos pulmões

A Kopenhagen soma mais de 850 pontos de venda atualmente, ao passo que a Brasil Cacau tem mais de 500 lojas franqueadas, ultrapassando então um total de 1,3 mil pontos de venda do Grupo CRM.

Vichi relata que a companhia segue com um ‘plano de expansão arrojado’ e que teve um volume substancial de aberturas no ano de 2024.

“No ano passado foram 250 novas lojas [Kopenhagen e Brasil Cacau juntas], o que representa um crescimento de 70% ante o ano anterior. Agora em 2025 devemos ter mais novas 200 lojas, uma oferta muito grande, além de novos leads”, revela.

Uma franquia da Brasil Cacau tem como piso um investimento de R$ 200 mil. Enquanto isso um novo franqueado da Kopenhagen deverá desembolsar no mínimo R$ 250 mil, podendo chegar a R$ 1 milhão no caso de unidades maiores, mais bem localizadas e que representem melhor os valores de marca – as chamadas unidades flagships.

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