Santos decide reintegrar atacante Julio Furch ao elenco

A rotina no CT Rei Pelé ganhou um novo capítulo nesta semana com a reintegração de Julio Furch e Andrey Quintino ao elenco principal do Santos. Após meses treinando em horários alternativos e sem qualquer perspectiva de uso, os dois jogadores voltaram a participar das atividades com os demais atletas. A decisão ocorre poucos dias antes do clássico contra o Corinthians e representa mais uma tentativa da diretoria de contornar situações mal resolvidas no elenco.

Furch, contratado em 2023 e com vínculo até dezembro de 2026, foi mantido no clube mesmo após ter sido afastado por Pedro Caixinha no fim do ano passado. O atacante argentino não aceitou rescisão e rejeitou proposta de empréstimo ao Juventude. Com um salário que gira em torno de R$ 1,3 milhão por mês, o Santos entendeu que mantê-lo inativo apenas ampliaria o prejuízo financeiro. A reintegração, portanto, é estratégica: o clube tenta dar visibilidade ao jogador para viabilizar uma saída no mercado de transferências do meio do ano.

Andrey, formado na base santista, vive situação diferente, mas igualmente delicada. Sem oportunidades entre os profissionais, ele quase foi emprestado ao Figueirense e ao Paysandu, mas as negociações não avançaram. Agora, perto do fim de seu contrato, que expira em julho, o atacante tenta ao menos fechar o ciclo em campo. Ele segue ganhando como jogador da base e também será reavaliado tecnicamente pela nova comissão.

O técnico Cleber Xavier, que assumiu recentemente o comando, foi um dos principais defensores da reintegração. Ele prega união e entende que todos os atletas disponíveis devem ser considerados, independentemente da situação contratual. A mudança de abordagem também dialoga com a visão da diretoria, que agora entende que deixar jogadores fora dos treinos apenas dificulta futuras negociações.

A volta de Furch é simbólica. Mesmo sem atuar desde novembro de 2024, quando entrou no segundo tempo contra o CRB pela Série B, o centroavante participou de 63 jogos com a camisa do Santos, marcando nove gols. Ele foi uma das figuras mais visadas pela torcida durante o rebaixamento, mas segue no clube sem perspectiva clara de utilização. Sua presença em campo ou no banco pode não apenas render minutos, mas servir como exposição em eventuais vitrine de mercado.

Além de Furch e Andrey, o clube avalia o destino de outros nomes. O atacante Victor Michell, recuperado de cirurgia no joelho, segue na academia. Gabriel Miranda, que não pode mais atuar na base, tenta se recuperar de lesão muscular. Ed Carlos e Balão devem retornar de empréstimos e aguardam definição. Já Nathan e Zanocelo também têm contratos por encerrar em breve.

A situação escancara a complexidade da gestão de um elenco extenso, com jogadores em fases distintas da carreira e com contratos longos ou pouco vantajosos. O Santos tenta ajustar o plantel, equilibrar finanças e encontrar soluções sem ampliar ainda mais os custos com atletas fora dos planos, enquanto administra as consequências do rebaixamento e o desafio de reorganização institucional.

Fonte: Ge, Uol e Diariodopeixe.

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