Ministro diz que acordo sobre Favela do Moinho está atrelado a não violência

Acordo sobre Favela do Moinho

Acordo sobre Favela do Moinho foi costurado pelo ministro Jader Filho e o secretário estadual de Desenvolvimento Urbano, Marcelo Branco – Foto: Divulgação/Governo SP/ND

O ministro das Cidades, Jader Filho, afirmou nesta quinta-feira (15) que o acordo sobre Favela do Moinho, envolvendo subsídio de imóveis para moradores e repasse da área para o estado de São Paulo construir um parque, está atrelada a garantia de não violência policial contra a comunidade.

Desde segunda-feira (12) a última favela da região central de São Paulo passa por operação de reassentamento de famílias, com desmontagem de casas desocupadas, pelo governo do estado. A ação gerou protestos de moradores, que chegaram a fazer barricadas nas linhas de trem que circundam o local. Nos dias seguintes, o policiamento foi reforçado, inclusive com presença da Tropa de Choque.

Jader garantiu que essa questão é importante tanto para o governo federal quanto o estadual, no acordo sobre Favela do Moinho.

“Esse acordo que sai daqui tem duas frentes que são muito importantes. Primeiro, que as famílias saíam de maneira digna de onde elas construíram suas histórias. Isso está pacificado entre nós, é um ponto central, não pode haver nenhum tipo de violência às famílias, muito pelo contrário, temos que fazer da maneira mais tranquila possível”, declarou o ministro em entrevista coletiva. “E segundo, de que, nós, obviamente, vamos dar a segurança de que essas famílias vão ter um lar, uma casa. Estamos encontrando uma solução”, completou.

Governo do estado realiza desde o início da semana a desmontagem de casas desocupadas no local – Foto: Divulgação/Governo SP

Movimentos sociais, associação de moradores da favela e deputados opositores ao governo Tarcísio de Freitas acusam a Polícia Militar de ações truculentas e de impor um clima de medo dentro da comunidade.

Representante do estado no acordo sobre Favela do Moinho, o secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação do Estado de São Paulo, Marcelo Branco, disse que São Paulo e Brasília estão na mesma página sobre o assunto.

“Para a gente fazer um acordo dessa dimensão, algo que se imaginava que demoraria algumas semanas, mas em duas ou três horas de conversa chegamos a esse entendimento. Exatamente porque os princípios são semelhantes e iguais. Estamos todos aqui lutando pela qualidade de vida de uma população extremamente humilde”, garantiu.

Questionado sobre o forte policiamento dentro da favela, com controle de quem entra e sai do local, Branco defendeu as ações e denunciou que o crime organizado na Favela do Moinho impedia famílias de se mudaram.

Acordo sobre Favela do Moinho

O acordo sobre Favela do Moinho prevê o subsídio de imóveis de até R$ 250 mil para as famílias com renda mensal de até R$ 4,7 mil deixaram a comunidade, que será desocupada e, posteriormente, transformada em parque.

Favela do Moinho é a última da região central de São Paulo e fica entre linhas de trem – Foto: Divulgação/Governo de SP

Pelo acordo sobre Favela do Moinho, o governo federal vai entrar com R$ 180 mil do programa Minha Casa Minha Vida, enquanto o estado subsidia R$ 70 mil por meio do Casa Paulista. Também está previsto o aumento do auxílio-aluguel de R$ 800 para R$ 1,2 mil, enquanto as famílias estiverem aguardando a entrada nas novas casas.

Por fim, a área que, hoje, pertence ao governo federal, será repassada ao governo do estado para construção de um equipamento público.

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