Justiça determina novo afastamento de Ednaldo da CBF e nomeia Fernando Sarney como interventor

A crise institucional na Confederação Brasileira de Futebol ganhou um novo capítulo nesta quinta-feira. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidiu afastar novamente Ednaldo Rodrigues da presidência da entidade. A decisão foi assinada pelo desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro, que também nomeou o vice-presidente Fernando Sarney como interventor provisório, com a responsabilidade de organizar novas eleições para a presidência da CBF.

O motivo central da destituição é a alegação de que houve falsificação da assinatura de Antônio Carlos Nunes de Lima, o Coronel Nunes, em um acordo que permitiu a manutenção de Ednaldo no cargo. Esse documento foi usado como base para encerrar a ação judicial que questionava o processo eleitoral da confederação, realizado no início do ano. Um laudo pericial indicou que a assinatura em questão não seria autêntica.

Esse mesmo acordo havia sido firmado por cinco dirigentes e homologado judicialmente, garantindo a legitimidade do mandato de Ednaldo Rodrigues. Com a suspeita de fraude documental, o processo voltou ao centro do debate jurídico após pedidos feitos ao Supremo Tribunal Federal. Um deles foi apresentado por Fernando Sarney, agora interventor nomeado, e pela deputada federal Daniela do Waguinho.

O ministro Gilmar Mendes, relator do caso no STF, negou o afastamento imediato do então presidente da CBF. No entanto, determinou que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro avaliasse com urgência as denúncias e tomasse providências. A corte fluminense, então, convocou o Coronel Nunes para depor. Sua ausência, justificada por questões de saúde, acelerou a decisão do desembargador Gabriel Zéfiro.

Essa não é a primeira vez que Ednaldo Rodrigues é retirado do cargo por força judicial. Em dezembro de 2023, o TJ-RJ já havia determinado seu afastamento, mas a medida foi posteriormente revertida por decisão do próprio Gilmar Mendes. Agora, com novos elementos e a anulação formal do acordo, o futuro de Ednaldo no comando da CBF está em xeque mais uma vez.

Segundo o despacho mais recente, Sarney deve agir com celeridade para promover novas eleições na CBF. O objetivo é restaurar a legalidade e a estabilidade institucional da entidade. A presidência da confederação, que já enfrentava desgaste político nos bastidores, entra agora em mais um ciclo de incertezas, a menos de dois meses do início da Copa América.

Fernando Sarney assume em meio a um ambiente interno conturbado e a desconfiança de parte dos dirigentes e da opinião pública. Cabe a ele conduzir um processo eleitoral transparente, enquanto a Justiça continua apurando os desdobramentos do caso envolvendo o suposto uso de documentos falsificados por integrantes da própria diretoria da entidade.

Fonte: Uol e Espn.

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