Burberry corta 1.700 empregos depois de prejuízo de 66 mi de libras

A Burberry anunciou que eliminará cerca de 1.700 postos de trabalho em todo o mundo até 2027, incluindo o encerramento completo do turno noturno em sua fábrica de capas de chuva em Castleford, Yorkshire, no Reino Unido.

A informação foi divulgada pelo The Guardian na 4ª feira (14.mai.2025), após a grife britânica de luxo registrar um prejuízo de 66 milhões de libras no último exercício fiscal, o que representa uma queda de 117% nos lucros anuais antes dos impostos.

Os cortes podem atingir cerca de 20% da força de trabalho global da empresa, que empregava aproximadamente 9.300 pessoas no ano passado. A medida integra um novo plano de economia de 60 milhões de libras, anunciado como complemento a um programa anterior de redução de custos de 40 milhões de libras divulgado em novembro de 2024 pelo diretor executivo Joshua Schulman.

No exercício fiscal anterior, a Burberry havia reportado lucro de 383 milhões de libras. No entanto, as vendas subjacentes da companhia caíram 15% no ano encerrado em 29 de março de 2025, totalizando 2,5 bilhões de libras. O último trimestre apresentou sinais de recuperação, com queda de 6% nas vendas em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Apesar dos resultados negativos, as ações da Burberry subiram 17% na 4ª feira, com o mercado reagindo de forma positiva ao plano de reestruturação. A companhia perdeu cerca de um quarto de seu valor de mercado nos últimos 12 meses, seguindo uma tendência observada também em concorrentes como LVMH e Kering.

A maior parte dos cortes deverá afetar os escritórios centrais da empresa ao redor do mundo, com destaque para Londres, além de mudanças nas escalas de trabalho nas lojas físicas. A fábrica de Castleford será um dos polos mais impactados. Localizada em Yorkshire, a unidade é responsável pela produção das tradicionais capas de chuva da marca e deverá perder cerca de 170 empregos altamente qualificados.

Segundo Schulman, a decisão foi tomada diante do excesso de capacidade produtiva mantido na instalação ao longo dos anos, o que se tornou insustentável diante do atual cenário financeiro. Ele afirmou ainda que a empresa pretende preservar sua base de manufatura no Reino Unido e planeja realizar um investimento significativo na modernização da fábrica vitoriana ainda neste exercício financeiro.

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