Raízen registra prejuízo de R$ 2,5 bilhões no 4T e dívida dispara 79% em meio à revisão estratégica

A Raízen encerrou o quarto trimestre da safra 2024/2025 com um prejuízo líquido de R$ 2,5 bilhões, número que representa uma alta de 186% em relação às perdas registradas no mesmo período do ano anterior. O resultado foi impactado por múltiplos fatores, entre eles o reposicionamento estratégico no setor de Trading, efeitos não recorrentes e aumento expressivo nas despesas financeiras.

A companhia destacou que também foi necessário constituir uma provisão de cerca de R$ 900 milhões relacionada a tributos diferidos, o que contribuiu para o agravamento do balanço. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado recuou 53,3%, ficando em R$ 1,72 bilhão no trimestre, demonstrando pressão operacional.

Apesar do cenário desafiador, a receita líquida da empresa cresceu 7,5% entre janeiro e março, totalizando R$ 57,7 bilhões. Em relação ao acumulado anual, a receita somou R$ 255,3 bilhões, com uma elevação de 15,8%. Já o lucro bruto encolheu quase pela metade, somando R$ 1,9 bilhão no último trimestre analisado.

Outro destaque negativo foi a evolução da dívida líquida da companhia, que atingiu R$ 34,3 bilhões ao fim de março de 2025. O número representa um salto de 78,9% em comparação ao final da safra anterior, o que levou a alavancagem financeira de 1,3 para 3,2 vezes o Ebitda ajustado.

A empresa enfrenta ainda desafios operacionais que impactaram diretamente a performance dos negócios no trimestre, conforme relatado. Esses entraves se somam à complexidade do ambiente macroeconômico e às decisões estratégicas que impactaram os resultados de forma não recorrente.

Em paralelo à performance financeira, a companhia permanece em fase de reavaliação de sua atuação em mercados voláteis como o de Trading, o que contribuiu significativamente para o resultado negativo. A revisão poderá resultar em novas diretrizes para esse segmento no próximo exercício.

O cenário descrito no balanço do 4T/2024/2025 aponta uma combinação de obstáculos externos e decisões internas com efeitos de curto prazo relevantes. A gestão financeira da Raízen, diante desse cenário, deve enfrentar pressão para reequilibrar os indicadores no próximo ciclo contábil.

Fonte: Globorural e InfoMoney.

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