Restaurantes de SP pressionam iFood para também zerar taxas cobradas dos estabelecimentos

A disputa entre aplicativos de entregas pelo segmento de restaurantes ganha um novo capítulo com uma tentativa de boicote ao iFood promovida pela Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp). A organização afirma representar cerca de 500 mil estabelecimentos entre restaurantes, bares e hotéis.

“Tentamos, ao longo dos últimos anos, negociar, de todas as formas, com o iFood. Porém, ela é inflexível. As taxas excessivas que pratica, inclusive, fazem com que, praticamente, os restaurantes trabalhem para ela. O monopólio não fez bem ao Ifood, que estabeleceu uma relação predatória e de dominância com os parceiros”, afirma o diretor-executivo da Federação, Edson Pinto.

Em nota, o iFood afirma que “defende o livre mercado e a livre concorrência”. “Estamos comprometidos em potencializar o sucesso dos parceiros, otimizando e impulsionando cada estabelecimento cadastrado em nossa plataforma e garantindo um atendimento de qualidade”, diz a empresa.

Disputa pelo delivery nacional

Em abril, a 99Food anunciou seu retorno ao Brasil com estratégia de taxa zero para estabelecimentos do segmento. Poucos dias depois, a Rappi anunciou um investimento bilionário para crescimento no país, que inclui a isenção de taxas para restaurantes ao longo de três anos (antes, a plataforma cobrava entre 18% e 23% sobre o valor do pedido).

A estratégia do Rappi recebeu apoio de outra entidade do setor, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). Em abril, durante uma audiência pública na Câmara dos Deputados, o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci Jr., acusou as taxas de encarecerem o alimento.

“Taxas menores para bares e restaurantes em mercado amplamente competitivo significariam preços menores”, disse Solmucci. “O consumidor gostaria e tem direito, obviamente, de pagar menos do que atualmente.” Na mesma reunião, o presidente do órgão disse que os restaurantes apoiam as greves de entregadores organizadas contra o iFood e outras plataformas.

Para iFood, mercado já é pulverizado

Atualmente, o iFood detém a liderança do serviço de cerca de entregas de comidas no Brasil, com 80% deste mercado segundo a Abrasel. A Fhoresp afirma que o número chegaria a 90%.

O iFood nega estes números. “O mercado de delivery já é altamente competitivo e pulverizado. Cerca de 65% dos pedidos de delivery no Brasil ainda acontecem pelo WhatsApp, telefone e aplicativos próprios dos restaurantes”, diz a empresa.

A plataforma líder destaca ainda benefícios que oferecia aos seus 400 mil parceiros, como diferentes formas de pagamento online; prevenção de fraudes e estorno; informações estratégicas para os restaurantes e marketing.

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