Ministro do Trabalho defende debate sobre a redução da jornada de trabalho

O debate sobre a jornada de trabalho voltou a ganhar força no Brasil. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, classificou a atual escala 6×1 como “muito cruel” e defendeu a necessidade de discutir alternativas que melhorem a qualidade de vida dos trabalhadores. 

Entre as possibilidades estão a adoção da jornada 4×3 ou a redução de 44 para 40 horas semanais.

Veja a seguir os desafios políticos, os impactos econômicos e o que pode realmente avançar nessa discussão.

Governo assume discussão para reduzir a jornada de trabalho

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, reacendeu o debate sobre a jornada de trabalho no Brasil ao criticar a atual escala 6×1 — seis dias de trabalho para apenas um de descanso. Para ele, esse modelo é “muito cruel” com o trabalhador brasileiro.

Durante evento em São Paulo, Marinho defendeu que o país precisa discutir alternativas, como a jornada 4×3 (quatro dias de trabalho e três de descanso) ou a redução da carga horária semanal de 44 para 40 horas.

No entanto, ele reconheceu que há grande resistência no Congresso e entre os empresários para que essa proposta avance.

Marinho argumenta que, além de melhorar a qualidade de vida, a medida pode estimular o consumo e a formalização do trabalho, ajudando no crescimento econômico.

Setor produtivo vê risco de perdas e aumento da informalidade

Enquanto o governo defende os benefícios sociais e econômicos da medida, entidades empresariais alertam para o impacto negativo que a redução da jornada pode causar na economia.

Um estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) aponta que até 18 milhões de empregos podem ser extintos se a mudança for aprovada sem aumento proporcional da produtividade.

Segundo o levantamento, a medida elevaria os custos das empresas, prejudicaria a competitividade e poderia gerar uma onda de demissões, além de estimular a informalidade, que já atinge 38,3% da força de trabalho brasileira.

O estudo projeta ainda perdas de até R$ 2,9 trilhões no PIB e uma queda de R$ 480 bilhões na massa salarial. Mesmo com ganhos de produtividade, o risco de impactos negativos ainda é considerado alto pelo setor.

O que pode avançar na proposta do governo?

Segundo bastidores do governo e de especialistas consultados, a proposta da jornada 4×3 deve enfrentar mais resistência e ter menos chances de avançar.

Por outro lado, há uma expectativa mais positiva em relação à redução da carga semanal de 44 para 40 horas, considerada uma mudança menos radical e já praticada em outros países.

Essa alternativa pode ganhar força nas próximas negociações, desde que acompanhada de medidas que evitem impactos negativos no emprego e na competitividade das empresas.

O governo aposta no debate para buscar equilíbrio entre os interesses sociais e econômicos.

A redução da jornada, se bem planejada, pode trazer ganhos para os trabalhadores e para o mercado, mas precisa ser construída com diálogo e responsabilidade.
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