Ser ‘mãe de pet’ pode ser comparado com a maternidade?

Elas cuidam, alimentam, educam, protegem e demonstram afeto diariamente. Mesmo sem filhos humanos, muitas mulheres se reconhecem como “mães” de pets. No centro dessa discussão, está uma pergunta cada vez mais frequente: “afinal, mãe de pet é mãe?”. E com a chegada do Dia das Mães, celebrado neste domingo (11), esse sentimento volta à tona, impulsionando reflexões sobre os diferentes tipos de maternidade e os vínculos afetivos que não dependem da biologia.Para a psicóloga clínica e neuropsicóloga Joelma Martins, a resposta depende da subjetividade de cada pessoa. “Compreender que ocorreram mudanças na interação humana com os animais de estimação é um fato, criando novos comportamentos, o aumento da receptividade nos ambientes familiares e o fortalecimento de vínculos emocionais com os pets. Neste contexto, é compreensivo a autointitulação”, afirma.Leia mais:A maternidade atípica: conheça histórias de amor e superaçãoO inesquecível momento do primeiro contato entre mãe e bebêA psicóloga explica que a ideia de “ser mãe” envolve uma série de emoções, entre elas paciência, amor, alegria, frustração e medo. Também abrange compromisso com o bem-estar e o desenvolvimento saudável de um ser. “Tanto a mãe de pet como a de filhos humanos têm desafios, cuidados, dedicação, amor e responsabilidades. O que diferencia é que a mãe de filhos humanos têm uma responsabilidade mais complexa”.Nos consultórios, não é raro que o vínculo com animais surja como parte importante no tratamento de questões emocionais. Isso porque, além de companhia, os pets oferecem amor incondicional e uma rotina que pode ajudar no equilíbrio mental. “O contato com pets influencia de forma positiva, pois inclui companhia, amor, alegria, cuidados e mudanças de rotinas, que ajudam a reduzir estresse, ansiedade e sentimentos de solidão. Além de estimular a produção de ocitocina, que promove sensação de bem-estar e vínculo emocional”, destaca.Quer ler mais notícias do Pará? Acesse o nosso canal no WhatsApp!No entanto, ela alerta que esse vínculo deve ser equilibrado. É importante que essa relação não substitua completamente as conexões humanas. “Quando o amor, atenção e cuidado se tornam disfuncionais diante das suas próprias necessidades, em vez do contato lhe proporcionar bem-estar, provoca ansiedade e estresse. Caso se sinta sobrecarregado, a busca de ajuda profissional é essencial para manter um relacionamento saudável com o seu pet”, considera.Sobre comemorar o Dia das Mães nesse contexto, não há nada de errado, diz. “Se faz sentido para pessoa, a comemoração é válida e ajuda no reconhecimento emocional. Porém, é fundamental e saudável que as mães de pets sejam empáticas com as pessoas que não reconheçam essa condição”, pontua.
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