Papa Leão XIV: Quem é Robert Francis Prevost Martínez, o novo líder da Igreja Católica

Robert Francis Prevost Martínez assumiu oficialmente o papado em 8 de maio de 2025, adotando o nome de Leão XIV. A escolha de seu nome, a trajetória dentro da Igreja e os cargos anteriores indicam um perfil moldado por décadas de atuação em missões, seminários e funções administrativas tanto no Peru quanto na cúria romana. A eleição de um papa estadunidense marca um novo capítulo para a liderança da Igreja Católica, após o pontificado de Francisco.

A história de Prevost tem início em Chicago, nos Estados Unidos, onde nasceu em 14 de setembro de 1955. Seu ingresso na Ordem de Santo Agostinho aconteceu em 1977, ano em que iniciou a formação religiosa após se formar em Matemática. A caminhada sacerdotal seria complementada por títulos acadêmicos em teologia e direito canônico, com formação em Roma, antes de iniciar sua longa relação com a Igreja na América Latina.

Com experiência missionária no Peru e liderança consolidada na Ordem Agostiniana, Prevost se destacou também em cargos administrativos e formativos. Foi provincial nos EUA, atuou em seminários e serviu como bispo em Chiclayo por quase uma década, antes de assumir funções centrais no Vaticano. Sua nomeação para o Dicastério para os Bispos, em 2023, foi um passo decisivo para a sua eleição como pontífice.

Origens e formação acadêmica

Prevost ingressou ainda jovem no seminário menor da Ordem de Santo Agostinho, completando essa etapa em 1973. Em seguida, formou-se em Matemática pela Universidade Villanova em 1977. No mesmo ano, iniciou a vida religiosa, fazendo seus primeiros votos em 1978 e votos solenes em 1981. Obteve o título de Mestre em Divindade em Chicago e depois concluiu licenciatura e doutorado em direito canônico em Roma, na Universidade São Tomás de Aquino.

Sua formação acadêmica se concentrou em áreas voltadas à estrutura legal e doutrinária da Igreja, o que contribuiu para seu perfil como formador e gestor. A combinação entre vida missionária e conhecimento canônico preparou Prevost para papéis mais amplos na hierarquia eclesiástica.

Antes de se fixar em cargos administrativos, trabalhou como pároco, professor de seminário, prefeito de estudos e juiz eclesiástico. Essa vivência pastoral e acadêmica no Peru estabeleceu as bases de sua atuação futura no episcopado e na cúria romana.

Atuação no Peru e transição à liderança

Entre 1985 e 1998, Prevost esteve em missão no Peru, alternando períodos nos Estados Unidos. Ele foi chanceler da Prélatura de Chulucanas, depois diretor e professor no seminário agostiniano de Trujillo, atuando também no tribunal eclesiástico e na Caritas local. Retornou aos EUA em 1999, como provincial da Província de Chicago.

Em 2001, assumiu o cargo de prior geral da Ordem de Santo Agostinho, sendo reeleito em 2007 e permanecendo até 2013. Durante esse período, enfrentou críticas sobre a gestão de denúncias de abuso envolvendo membros da ordem. Em especial, permitiu que padres com restrições ministeriais residissem próximos a instituições escolares, o que mais tarde geraria reações de grupos de vítimas.

Após sua gestão na ordem, voltou a atuar nos Estados Unidos como diretor de formação. Pouco depois, seria chamado novamente ao Peru, onde sua trajetória episcopal começaria, por nomeação do Papa Francisco.

Episcopado e chegada à cúria

Em novembro de 2014, foi nomeado administrador apostólico de Chiclayo, sendo ordenado bispo no mês seguinte. Em setembro de 2015, tornou-se oficialmente bispo da diocese. Sua atuação episcopal envolveu também funções administrativas na Conferência Episcopal do Peru, como membro do conselho permanente e da Comissão de Educação e Cultura. Entre 2020 e 2021, foi administrador apostólico de Callao.

Ainda em 2020, passou a integrar a Congregação para os Bispos, um dos dicastérios mais influentes do Vaticano. Em janeiro de 2023, foi nomeado prefeito do mesmo órgão, com posse oficial em abril. A função envolvia, entre outras tarefas, avaliar e sugerir novos bispos ao Papa, ampliando sua influência global na estrutura da Igreja.

A trajetória ascendente culminou com a criação como cardeal em setembro de 2023, recebendo inicialmente o título de Santa Mônica, ligado à tradição agostiniana. Em fevereiro de 2025, passou à ordem dos cardeais-bispos, assumindo a sé suburbicária de Albano.

Eleição ao papado e primeiros passos

A posição como prefeito do Dicastério para os Bispos aumentou sua visibilidade interna no Vaticano. Nos bastidores, já era apontado como possível sucessor de Francisco. A eleição em maio de 2025 confirmou essas expectativas, com Prevost sendo escolhido para conduzir a Igreja como Papa Leão XIV.

Sua eleição reacendeu debates sobre o papel da América do Norte no futuro da Igreja Católica e também sobre o peso da experiência missionária latino-americana em decisões colegiadas. A escolha do nome Leão, utilizado por pontífices anteriores em momentos de transição e reestruturação, reforça simbolicamente o caráter institucional de seu novo governo.

Nos primeiros dias de pontificado, observadores indicam que Leão XIV manterá a linha doutrinal reformadora de Francisco, mas com foco renovado em governança e episcopado. O perfil jurídico e pastoral de sua formação pode influenciar decisões estratégicas nos próximos anos.

Críticas e desafios futuros

Apesar de sua longa trajetória na Igreja, Leão XIV enfrenta críticas ligadas à sua atuação passada em casos de abuso. O grupo SNAP questionou sua inação diante de denúncias contra clérigos em Chicago e no Peru, o que pode gerar pressão adicional em temas de transparência e proteção de menores.

Além disso, o novo papa assume em um cenário global de desafios internos e externos à Igreja, incluindo tensões entre setores conservadores e progressistas, quedas de vocações e necessidade de renovação pastoral em diversas regiões. A experiência de Prevost em diversas frentes pode influenciar sua abordagem a esses dilemas.

Em paralelo, deverá lidar com a continuidade de reformas iniciadas por seu antecessor, como a reorganização da cúria e a gestão das finanças do Vaticano. A expectativa é que o novo pontificado busque equilíbrio entre tradição e adaptação aos novos contextos sociais e religiosos.

Fonte: Wikipedia e Vaticannews.

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