Israel ataca principal aeroporto do Iêmen em retaliação aos houthis

As Forças Armadas de Israel realizaram um ataque aéreo contra o principal aeroporto do Iêmen, na capital Sanaa, na 3ª feira (6.mai.2025). Trata-se de uma resposta à ofensiva lançada pelos rebeldes houthis, aliados ao Irã, próximo ao aeroporto israelense Ben Gurion, em Tel Aviv.

O bombardeio israelense deixou o aeroporto de Sanaa “completamente desativado”, atingindo aviões civis, instalações de embarque, pistas e uma base aérea militar, segundo autoridades do aeroporto ouvidas pela agência de notícias AFP. Três aeronaves da companhia Yemenia Airlines foram destruídas durante a operação.

As FDI (Forças de Defesa de Israel) confirmaram ter atacado o local, afirmando que os houthis utilizavam o aeroporto para “transferir armas e operativos”. Segundo comunicado dos militares israelenses, jatos de combate de Israel levaram apenas 15 minutos para “desmantelar” o aeroporto.

Pelo menos 3 pessoas foram mortas e 35 ficaram feridas no ataque ao aeroporto, de acordo com autoridades ligadas aos houthis citadas pela BBC e pela Al Jazeera.

O ataque israelense ao aeroporto foi realizado 2 dias depois de os houthis lançarem um míssil que caiu perto do principal aeroporto israelense no domingo (4.mai), forçando seu fechamento temporário.

O incidente deixou 6 feridos, de acordo com os serviços de emergência israelenses. Segundo as FDI, é a 1ª vez que o aeroporto internacional de Israel foi alvo, com sucesso, pelo grupo, após várias tentativas de interceptação do míssil terem falhado.

Israel já havia atacado o aeroporto internacional de Sanaa em dezembro, matando pelo menos 3 pessoas e ferindo outras 30, de acordo com a rede de televisão por satélite controlada pelos houthis, al-Masirah.

BOMBARDEIOS À HUDAYDAH

A ofensiva israelense teve início na 2ª feira (5.mai) com bombardeios à cidade portuária de Hudaydah, antes de atingir o aeroporto de Sanaa no dia seguinte. Antes do ataque, o Exército de Israel emitiu um aviso de evacuação para o aeroporto internacional do Iêmen em Sanaa. Foi a 1ª vez que as FDI emitiram uma notificação do tipo no Iêmen.

Além do aeroporto, as forças israelenses também bombardearam estações de energia em Sanaa, descritas como “infraestrutura significativa de fornecimento de eletricidade” para os houthis, e a fábrica de cimento al-Imran, localizada no norte da cidade.

Durante o ataque a Hudaydah na 2ª feira (5.mai), 4 pessoas morreram e 35 ficaram feridas, segundo informações divulgadas pelos houthis. O porto de Hudaydah é o 2º maior no Mar Vermelho depois de Aden, também no Iêmen, e representa a principal entrada para a maioria das importações alimentares do país.

As FDI afirmaram que o porto “é usado para a transferência de armas iranianas, equipamentos para fins militares e outras necessidades relacionadas ao terrorismo”.

DECLARAÇÕES DE NETANYAHU

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu (Likud, direita), disse que qualquer entidade que ataque Israel enfrentará consequências. Em declaração em vídeo, Netanyahu afirmou que quem ataca Israel “é responsável por seu próprio sangue”.

O premiê declarou: “A nossa escolha de quando responder, como responder e em quais alvos responder é uma consideração que fazemos a cada vez”.

Em um vídeo publicado em seu perfil no X (ex-Twitter), ele prometeu uma resposta ao Irã: “Israel responderá ao ataque dos houthis contra nosso principal aeroporto, em um momento e local de nossa escolha”.

“APOIO À GAZA CONTINUA”

Mohammed Ali al-Houthi, integrante do principal corpo político dos houthis, classificou os ataques israelenses como “terrorismo fracassado” e afirmou que “o apoio à Faixa de Gaza continua, a resposta está chegando, e Netanyahu deve preparar sua renúncia”.

O líder houthi Mohammed al-Bukhaiti também prometeu retaliação, dizendo à TV Al Arabiya na 3ª feira (6.mai): “Vamos responder à escalada com escalada, e ainda há múltiplos alvos dentro da entidade sionista, alvos sensíveis, que custarão grandes perdas à entidade sionista”.

Os houthis culparam conjuntamente os EUA e Israel pelo ataque à Hudaydah, mas um oficial de defesa norte-americano informou à AFP que as Forças dos EUA não participaram da operação.

Os rebeldes anunciaram que imporiam “um bloqueio aéreo abrangente” a Israel, visando aos aeroportos em resposta aos planos israelenses de expandir operações militares em Gaza. O grupo pediu às companhias aéreas internacionais que cancelem todos os voos programados para aeroportos israelenses.


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