Fluxo completo de contratação do Crédito do Trabalhador CLT

Com a chegada do novo modelo de Consignado privado, chamado de Crédito do Trabalhador, as empresas passam a ter papel importante no fluxo oficial de contratação.

Esse novo sistema foi criado para dar mais autonomia ao trabalhador com carteira assinada e aumentar a segurança dos descontos feitos diretamente na folha de pagamento.

Neste artigo, vamos mostrar como funciona o novo modelo de Consignado privado para CLT, as etapas da contratação e os deveres dos empregadores. Continue a leitura!

Relação do Crédito do Trabalhador e Consignado privado

O Crédito do Trabalhador é o nome oficial dado ao novo modelo de empréstimo com desconto em folha para trabalhadores com carteira assinada.

Ele surgiu para substituir o antigo Consignado privado, trazendo mudanças estruturais importantes para tornar o processo mais seguro, digital e acessível.

A principal base legal para essa transformação foi a Medida Provisória n.º 1.170/2023, que estabeleceu as diretrizes para o novo sistema.

Essa MP organizou a estrutura operacional, definiu as regras de participação das instituições financeiras e determinou que todo o processo passaria a ser vinculado ao eSocial, com notificações pelo Domicílio Eletrônico Trabalhista (DET).

Com isso, o Governo Federal buscou eliminar os convênios individuais entre empresas e bancos, evitar fraudes e dar autonomia ao trabalhador na hora de contratar o crédito.

Nos próximos tópicos, vamos detalhar como o Crédito do Trabalhador funciona, quais são as diferenças em relação ao modelo anterior e o que muda na atuação das empresas.

O que é o Crédito do Trabalhador (NOVO Consignado privado)

O Crédito do Trabalhador é um empréstimo consignado voltado a trabalhadores com vínculo ativo no eSocial, incluindo empregados com carteira assinada, rurais, domésticos e contratados por Microempreendedores Individuais (MEI).

A contratação começa no aplicativo Carteira de Trabalho Digital, onde o trabalhador acessa um leilão de propostas entre instituições financeiras e escolhe a que preferir.

Cada contrato contém o CNPJ do empregador. Isso permite que o trabalhador tenha mais de um crédito ativo, desde que em vínculos empregatícios distintos e com margem consignável disponível.

Diferença para o antigo Consignado privado

O antigo Consignado privado funcionava com base em convênios entre empresas e instituições financeiras. Ou seja, o trabalhador só podia contratar com os bancos conveniados pela empresa, o que limitava a concorrência e aumentava a burocracia.

Além disso, o processo era descentralizado: muitos contratos eram trocados por e-mail, planilhas ou papel, o que abria margem para fraudes e erros no desconto das parcelas.

No Crédito do Trabalhador, como explicamos anteriormente, a contratação é feita diretamente entre o trabalhador e a instituição financeira e toda a operação é integrada ao sistema federal.

O empregador recebe as informações já validadas e só precisa aplicar o desconto em folha, sem interferência no processo.

A margem consignável é controlada de forma centralizada pelo Governo Federal, com validação automática. Isso reduz falhas, dá mais segurança para as empresas e garante que os descontos sejam feitos corretamente.

Fluxo completo de contratação do novo Consignado privado CLT

No novo modelo, a empresa não inicia o processo nem intermedeia a contratação.

Ainda assim, é fundamental entender como o crédito é contratado para garantir que o desconto seja aplicado corretamente, dentro do prazo e da margem permitida.

A seguir, explicamos cada etapa do processo, do ponto de vista do fluxo operacional.

1 – Simulação e escolha da proposta na Carteira de Trabalho Digital

O processo começa com o trabalhador acessando o aplicativo da Carteira de Trabalho Digital. Lá, ele visualiza o leilão do Consignado privado, no qual as instituições financeiras oferecem condições de crédito com base na margem consignável registrada no eSocial.

O trabalhador escolhe a proposta que considerar mais vantajosa. A empresa não participa dessa etapa e não pode influenciar na escolha do banco ou do valor.

Para ter uma ideia de como funciona essa etapa do leilão, você pode conferir o simulador de Consignado privado abaixo:

Celular
00:00

Empréstimos





User
Savings
Briefcase
Empréstimos Empréstimos
Burger Bar

2 – Contratação e registro pelo banco ou financeira

Após a escolha, o banco ou financeira faz a análise de crédito, registra o contrato e encaminha os dados ao sistema oficial, integrado ao eSocial.

A empresa empregadora também não tem participação nessa etapa. Apenas instituições autorizadas e devidamente integradas ao sistema podem registrar os contratos.

3 – Envio automático ao empregador via DET

Depois que o contrato é validado, as informações são enviadas automaticamente ao empregador por meio do Domicílio Eletrônico Trabalhista (DET).

Atenção: Os primeiros envios começaram no dia 1º de abril de 2025, e a recomendação é que as empresas consultem o DET diariamente para verificar novos contratos.

Responsabilidades da empresa após a contratação

No Crédito do Trabalhador, a empresa não participa da contratação nem interfere na escolha da instituição financeira. Sua função é operacional e começa após o contrato ser registrado no sistema.

A empresa deve acessar o Portal Emprega Brasil para consultar os contratos enviados automaticamente pelo DET. As informações são validadas pelo sistema e já vêm prontas para aplicação.

Ao receber os dados, o empregador deve:

  • Aplicar o desconto em folha conforme os valores e prazos informados
  • Respeitar a margem consignável disponível do trabalhador
  • Não interferir ou impedir a contratação feita pelo empregado
  • Manter o controle atualizado, consultando o sistema regularmente

Essas obrigações são essenciais para garantir a validade do contrato e o cumprimento das normas. O descumprimento pode gerar penalidades administrativas.

Onde consultar o processo completo para empresas?

Como o novo Consignado privado ainda é uma novidade, muitas informações continuam dispersas ou pouco detalhadas nos canais oficiais.

Por isso, preparamos um conteúdo exclusivo com tudo o que as empresas precisam saber para se adaptar a esse novo modelo de crédito.

No Guia do Crédito do Trabalhador para empresas, você encontra orientações práticas sobre como acompanhar os contratos, aplicar os descontos corretamente, respeitar a margem consignável e evitar erros que possam gerar penalidades.

Além disso, desenvolvemos materiais complementares para auxiliar empregadores e trabalhadores durante a adaptação. Tudo explicado de forma transparente, acessível e atualizada.

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