Cosan amplia presença no mercado de gás natural

A demanda de gás natural projetada para os segmentos industrial, comercial e residencial no país pode crescer 3,2% ao ano nos próximos 10 anos. A projeção é do PDE (Plano Decenal de Expansão de Energia) 2034, divulgado em setembro de 2024 pelo MME (Ministério de Minas e Energia) e pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética). Segundo o estudo, os investimentos na indústria de gás natural –entre projetos previstos e indicativos– poderiam atingir R$ 156,5 bilhões no mesmo período.

Parte significativa de novos aportes pode vir da iniciativa privada, que vem ampliando a participação no mercado. Um exemplo é a Compass –empresa criada pela Cosan para abrir opções num mercado de gás cada vez mais livre e competitivo. Desde que foi criada, em março de 2020, a Compass já investiu mais de R$ 12 bilhões no mercado de gás natural.

A 1ª iniciativa no setor, entretanto, teve início em 2012, quando a Cosan fez a aquisição da Comgás. Na gestão da concessionária do setor de distribuição de gás canalizado, a Cosan criou um modelo de negócio que multiplicou o número de clientes da concessionária, com base em um trinômio: segurança, excelência operacional e atendimento aos clientes.

Hoje, a Comgás é uma das maiores distribuidoras do país, com mais 2,6 milhões de clientes espalhados em uma área de concessão que inclui a região metropolitana de São Paulo, Campinas e região, Vale do Paraíba e Baixada Santista.

Somente em 2024, a empresa conectou mais de 160 mil novos clientes à sua rede de distribuição e foi reconhecida, pelo 16º ano, com o 1º lugar no prêmio “Safety Achievement Award” da AGA (American Gas Association) –referência global em segurança. Um dos pontos altos é a evolução no NPS (Net Promoter Score), índice que mede a satisfação e fidelidade dos clientes –em 2024, a Comgás alcançou 71 pontos, um avanço de 6 pontos em relação a 2023.

Com toda essa experiência acumulada, a Compass investiu em outras distribuidoras de gás canalizado. Em 2021, a companhia fez a aquisição do controle da Sulgás, no Rio Grande do Sul. Um ano depois, lançou a Commit, parceria com a Mitsui que detém participação em 6 distribuidoras de gás canalizado. Em setembro de 2024, em mais um passo nessa estratégia de crescimento, a Compass fez a aquisição do controle da Compagas, concessionária de distribuição de gás canalizado do Paraná.

Além das controladas Sulgás, Necta (distribuidora de gás canalizado no Noroeste paulista) e Compagas, a Commit tem participação em 3 concessionárias: SCGÁS (Santa Catarina), MSGÁS (Mato Grosso do Sul) e Naturgy, antiga CEG-Rio (Rio de Janeiro), mantendo o foco do portfólio no Centro-Sul do país.

Uma das entregas importantes dos 5 anos iniciais da Compass é a Edge, empresa criada com a visão de contribuir para o mercado livre, flexível e competitivo de gás no Brasil. O modelo de negócios inclui ativos estratégicos de infraestrutura, logística on e off grid e um portfólio completo de originação e comercialização de gás natural e biometano, o gás de origem renovável. Um dos destaques é o TRSP (Terminal de Regaseificação de São Paulo), em Santos (SP), que iniciou a operação em julho de 2024, com capacidade para regaseificar 14 milhões de m³ (metros cúbicos) de gás natural por dia. Um dos projetos é usar esse GNL em modal rodoviário, para descarbonizar indústrias distantes da malha de gasodutos.

Outro ativo relevante é a construção da planta de purificação de biometano de aterro sanitário da OneBio, resultado de uma parceria da Edge com a Orizon, em Paulínia (SP). A operação, que produzirá até 180 mil m³ por dia de biometano para comercialização da Edge, deve ser iniciada no 2º semestre de 2025. A Edge foi pioneira no desenvolvimento do mercado livre de gás, contando com um portfólio de clientes em diversos setores e diferentes Estados.

De acordo com o vice-presidente de Comunicação, Sustentabilidade e Institucional da Compass, Adriano Zerbini, o compromisso da companhia é promover uma transição energética segura e eficiente. “Investimentos como esses promovem o desenvolvimento econômico, a transição energética e, consequentemente, o crescimento do país. É um olhar de longo prazo”, disse.

Leia sobre a atuação do grupo Cosan no setor de gás no infográfico.

Descarbonização

Com grau avançado de maturidade tecnológica, o gás natural é visto como uma solução já provada para reduzir as emissões de GEE (gases de efeito estufa), especialmente em setores econômicos de difícil descarbonização, chamados de hard-to-abate, como o transporte pesado e vários segmentos industriais que usam combustíveis mais poluentes.

O Brasil tem uma meta de redução de emissões de 67% até 2035. O setor de transportes foi  responsável por 44% das emissões de CO₂e (dióxido de carbono equivalente) em 2023, segundo dados do Iema (Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos) . Nessa jornada, a substituição do diesel por gás natural e biometano tem ganhado força, com um aumento de 98,4% nas vendas de caminhões e ônibus a gás de janeiro a novembro de 2024, na comparação com o mesmo período de 2023. Os dados foram divulgados pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).

Segundo o diretor técnico-comercial da Abegás (Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado), Marcelo Mendonça, nas frotas pesadas está o maior potencial de substituição de outros combustíveis com maior pegada de carbono.

“É fundamental que políticas públicas incentivem o uso de gás natural como substituto mais eficiente do diesel em veículos pesados como caminhões de carga e de transporte de passageiros, a exemplo do que vemos em outros países, como Espanha, Colômbia e Estados Unidos. É uma grande oportunidade para descarbonizar a economia brasileira e pode fomentar o aumento da oferta de biometano, uma vez que o biometano é fungível com o gás natural“, afirmou.

O GNV (gás natural veicular) apresenta emissões de gases de efeito estufa 25% menores que o diesel. Já o biometano registra emissões 87% menores quando comparado ao diesel. Os dados estão em um estudo comparativo de Avaliação do Ciclo de Vida, do poço à roda, realizado pela ACV Brasil a pedido da Compass. A iniciativa comparou as emissões de veículos pesados (modelo pesado com motor EURO5) na região Sudeste dos 3 combustíveis.

Ainda segundo o levantamento, estima-se que a adição de 5% de biometano ao gás natural implicaria em uma redução de 28% na emissão de GEE em relação ao diesel. Em um cenário prospectivo, o uso de 50% de biometano no futuro resultaria em redução de 56%.

Leia essa e outras iniciativas no Relatório de Sustentabilidade 2024 da Compass.


Este conteúdo foi produzido e pago pela Cosan. 

 

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