Cardeais pedem paz na Ucrânia e no Oriente Médio na véspera do conclave

Às vésperas do conclave que definirá o novo líder da Igreja Católica, os cardeais reunidos no Vaticano voltaram suas atenções aos principais conflitos que assolam o mundo. Na reunião realizada nesta terça-feira (6), os religiosos pediram um cessar-fogo imediato na Ucrânia e no Oriente Médio, defendendo a retomada urgente de negociações de paz. A mensagem, divulgada pela Santa Sé, reforça o tom humanitário que marcou o pontificado de Francisco.”Fazemos um chamado a todas as partes implicadas para que cheguem a um cessar-fogo permanente o quanto antes e negociem, sem condições prévias nem mais atrasos, a paz há muito desejada pelos povos atingidos e pelo mundo inteiro”, diz o comunicado oficial.CONTEÚDO RELACIONADOConclave: o que já está pronto para a escolha do novo papa?Israel terá nova ofensiva com deslocamento interno em GazaTrump aparece vestido como papa em imagem nas redes sociaisLEGADO DE FRANCISCOA reunião também serviu para reforçar o legado de reformas implementado por Francisco, falecido há duas semanas. Questões como o enfrentamento aos abusos sexuais dentro da Igreja, a transparência econômica no Vaticano e a necessidade de unidade institucional dominaram o debate. O perfil do próximo papa, segundo os cardeais, deve ser o de um “construtor de pontes, um pastor próximo e o rosto de uma Igreja Samaritana”.Quer mais notícias internacionais? Acesse o canal do DOL no WhatsApp.Com 132 dos 133 cardeais eleitores já presentes, os encontros têm ocorrido diariamente. Entre os temas debatidos estão a proteção dos migrantes – uma pauta central do papado de Francisco – e a superação das divisões internas da Igreja. Também foi ressaltada a importância do diálogo intercultural sem julgamentos baseados em tradições regionais, num reconhecimento simbólico à origem latino-americana do papa argentino.DIVERSIDADE GEOGRÁFICAO conclave que começa nesta quarta-feira (7) terá a maior diversidade geográfica da história: os cardeais vêm de 70 países diferentes, com 80% deles indicados pelo próprio Francisco. O processo de escolha do novo pontífice, portanto, pode levar mais tempo do que os conclaves anteriores, que elegeram Bento 16 em 2005 e o próprio Francisco em 2013, ambos fechados em dois dias.A partir desta terça-feira, os cardeais começaram a se instalar na Casa Santa Marta e em dependências vizinhas. Os sinais telefônicos serão cortados no Vaticano a partir das 15h (10h no horário de Brasília) desta quarta-feira para garantir o isolamento completo dos votantes.Segundo o cardeal Jean-Paul Vesco, arcebispo de Argel, há ao menos “cinco ou seis” nomes fortes, mas nenhum que se destaque com clareza. “Existem candidatos naturais e outros que, ao falar, fazem você pensar: ‘ele é forte’. Mas não há um único nome que ofusque os outros”, disse ele ao Corriere della Sera.
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