Tekken 8 – Impressões de Anna Williams

Mesmo não tendo o mesmo grau de hype e atenção que alguns dos nomes mais famosos do gênero, a série Tekken tem se mantido como uma das mais consistentes em seus sucessos, algo que, como consideramos no lançamento dele, Tekken 8 manteve. Afinal, mesmo não se ancorando no marketing do confronto final de Heihachi e Kazuya, ele trazia consigo um gancho interessante, dessa vez com Kazuya e Jin ao centro, além das expectativas muito bem atendidas sobre os aprendizados da equipe após tantos anos de suporte para Tekken 7.

Passada a primeira temporada, era natural que o time tentasse mexer um pouco na fórmula com a chegada da 2ª temporada. Ancorada em uma das suas personagens mais requisitadas pelos fãs, a temporada chegou há algumas semanas trazendo consigo não só a euforia desse “Relâmpago Escarlate” iluminando as arenas do King of the Iron Fist Tournament, mas uma série de polêmicas que a equipe vem contornando com o tempo.

Agora, tendo tido a oportunidade de conferir o que a irmã de Nina traz para o jogo, toda a movimentação por trás do lançamento e ajustes feitos ao longo da temporada, finalmente é chegada a hora de trazer para vocês quais são nossas primeiras impressões.

Ter Anna Williams como parte de qualquer um dos títulos da série sempre veio fortemente entrelaçado com uma rivalidade intensa com sua irmã, Nina. Em Tekken 8, essa disputa pessoal parece mais acirrada do que nunca e caminhando a passos largos para o seu clímax, com Anna retornando com uma sede renovada por vingança contra Nina que serve como gancho para sua inclusão na narrativa de forma bem natural, mesmo chegando como conteúdo adicional via DLC. 

Toda a motivação por trás do retorno de Anna e de sua participação na história principal de Tekken 8 vão sendo revelados conforme os jogadores aprofundam com a personagem ao longo do modo Arcade, mas a verdade é que a dinâmica entre as irmãs continua sendo a força motriz por trás das ações de Anna. Dessa vez ela busca usar um novo estilo para derrotar Nina e alega ter até mesmo uma arma secreta, ambos elementos que trazem uma certa intriga para o arco dela neste título.

Em se tratando de Anna Williams, é claro, o belo e elegante visual da personagem era fundamental, sendo um importante ponto de contraste com a estética mais fria e utilitária de Nina. Em Tekken 8, ela não decepciona. Dando uma nova roupagem para o seu charme clássico, baseado em vestidos glamourosos que só potencializam o sex appeal letal dela. A Bandai Namco parece ter capturado bem a essência da personagem, entregando um modelo que honra suas aparições anteriores e a estabelece visualmente como uma força a ser reconhecida no motor gráfico excepcionalmente belo do título.

No que diz respeito à jogabilidade, Anna faz jus às suas tradicionais características que fizeram ter uma legião de fãs. Conhecida por sua velocidade e ataques difíceis de prever, essa essência segue presente aqui, com golpes rápidos e eficientes que, para um jogador não tão talentoso assim, são bem intuitivos de se executar. Sua “Assassination Arts” continua a base de seu estilo, mesclando golpes elegantes com movimentos brutalmente eficazes. Ela ainda conta com seus stance mixups traiçoeiros, agora mais eficientes quando combinados com o Heat e que os tornam capazes de mudar o rumo de um round em um piscar de olhos, além de diferentes ferramentas para punir os erros de um inimigo, especialmente através dos seus chutes.

Uma inesperada adição e que dá uma certa dinâmica de ataques à média (e até longa) distância para Anna é a inclusão de uma bazuca. Chamada de Lovely Tom é um item que, embora parece estranho pensar em algo assim em Tekken, já havia aparecido em outros jogos em cutscenes da personagem. Em lutas, ela aplica um debuff nos adversários, fazendo com que eles recebam dano mesmo quando estão defendendo. 

Isso não só tem um impacto direto nas opções que Anna tem, fugindo da dependência de pokes que era visto em Tekken 7, mas permite com que ela agora consiga de fato aplicar pressão aos adversários, sendo menos reativa e a tornando mais eficaz como personagem já que os adversários não podem mais só bloquear ad eternum em combate. 

E isso se considerarmos mesmo a versão atual da personagem que, apesar de ter saído bem overpowered, passou por alguns importantes reajustes já nesse começo de temporada. Dito isso, seus chutes rápidos e pokes são excepcionalmente úteis na mão de um jogador acostumado com seu kit e bem difíceis de lidar para quem ainda não está acostumado a enfrentá-la, o que a torna uma arma muito perigosa nas mãos de quem conseguir executar as nuances de sua imprevisibilidade e suas novas ferramentas.

Dito tudo isso, é inegável que o retorno de Anna Williams a Tekken 8 via DLC é um ótimo acréscimo ao elenco. Ainda que esse início de temporada tenha chegado com uma boa dose de polêmicas, especialmente pelo quanto o jogo passou a priorizar o ataque, ela traz consigo não apenas a nostalgia de uma personagem querida, mas também um kit de gameplay que bem legal, ainda que com, novamente, a polêmica adição da bazuca. Para os fãs de personagens rápidas e imprevisíveis, Anna em Tekken 8 é definitivamente uma lutadora que vale a pena conferir.