Brasil reduz pobreza em 2024, mas ritmo desacelera, diz Banco Mundial

Em 2024, o índice de pobreza no Brasil registrou uma queda de 0,8 ponto percentual, passando de 21,7% para 20,9%, de acordo com dados divulgados pelo Banco Mundial em abril. Isso representa aproximadamente 45,8 milhões de brasileiros em situação de pobreza.

A principal razão apontada para a redução foi a melhora no mercado de trabalho. Segundo o relatório, “o salário médio real teve um aumento de 4,8%, superando a elevação real de 3% observada no salário mínimo”.

O Banco Mundial classifica a pobreza em 3 níveis distintos, todos baseados na renda diária e calculados em dólares com paridade de poder de compra de 2017. Ao ajustar esses valores e convertê-los para a moeda brasileira, as categorias são: pessoas em situação de pobreza extrema vivem com até R$ 15,80 por dia; aquelas em condição intermediária, com até R$ 26,82; e os considerados pobres, com menos de R$ 50 por dia.

Assim, segundo os critérios da instituição, qualquer pessoa que tenha uma renda diária inferior a R$ 50 é considerada pobre. Segundo o Banco Mundial, cerca de 700 milhões de pessoas vivem na linha de pobreza extrema, com menos de US$ 2,15 por dia. A pobreza extrema continua concentrada em partes da África Subsaariana, áreas frágeis e afetadas por conflitos e áreas rurais.

“A pobreza e a desigualdade não podem ser reduzidas sem também abordar desafios globais inter-relacionados, como crescimento econômico lento, fragilidade e conflito, e mudanças climáticas“, diz a entidade. “As mudanças climáticas estão dificultando a redução da pobreza e são uma grande ameaça para o futuro. As vidas e os meios de subsistência dos pobres são os mais expostos aos riscos relacionados ao clima.”

O Banco Mundial também prevê uma redução no ritmo do consumo das famílias, já que os avanços no mercado de trabalho começam a perder força. Para conter o aumento da dívida pública, a instituição defende um ajuste fiscal equivalente a 3% do PIB. Entre as recomendações, estão o controle de despesas associadas ao envelhecimento da população e a realização de reformas que desvinculem os reajustes dos benefícios previdenciários.

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