Argentina publica 1.850 arquivos sobre fugitivos nazistas

O governo argentino divulgou na 2ª feira (28.abr.2025) cerca de 1.850 documentos da Polícia Federal sobre oficiais da Alemanha nazista que fugiram para o país depois da 2ª Guerra Mundial. O sigilo dos arquivos foi retirado em 1992, mas somente agora foram digitalizados para divulgação ao público.

Os documentos podem ser acessados pelo site do Arquivo Geral da Argentina. Também incluem informações sobre decretos de 1957 a 2005, que contêm dados de operações do governo contra o comunismo.

“Após um extenso trabalho de restauração, digitalização e descrição, o Arquivo Nacional, uma agência subordinada ao Gabinete do Vice-Chefe do Gabinete do Interior, publicou todos os documentos desclassificados em seus arquivos em seu site”, disse o comunicado do governo.

Os documentos listam nomes de oficiais nazistas de alto escalão que fugiram para a Argentina, como o de Josef Mengele, um médico e oficial do exército especial da Alemanha, Adolf Eichmann, um dos idealizadores do holocausto, e Martin Bormann, chefe da Chancelaria do Nazismo.

Mengele morou por 18 anos em Bertioga, no litoral de São Paulo –onde morreu afogado. Era responsável por experimentos com prisioneiros no campo de concentração de Auschwitz, na Polônia.

Os arquivos relatam um sistema de rotas de fuga utilizados pelos fugitivos para chegar até a Argentina. Na época, autoridades do governo de Juan Perón (1945-1955) facilitaram a logística dos fugitivos ao emitir passaportes falsos da Cruz Vermelha.

A ação do governo em emitir os documentos sobre o nazismo e os decretos do século 20 fazem parte de medidas do presidente Javier Milei (La Libertad Avanza, direita) para aumentar a transparência do Executivo.

O governo Milei busca demonstrar uma revisão das ações militares contra o comunismo e os fugitivos nazistas que foram à Argentina.

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