Faulkner: a beleza brutal de Enquanto Agonizo — minha mãe é um peixe… e fede

Um corte profundo na tradição narrativa expõe a dor em estado bruto, sem linha reta para guiá-la; cada voz de uma mesma família fala um idioma próprio, fraturado, como quem tenta costurar o luto com as mãos nuas, até que uma simples frase infantil escancara a falência da linguagem adulta e rasga o céu da metáfora. O tempo gira em espiral, a consciência tropeça, e a travessia pelos caminhos enlameados converte-se num ritual de decomposição em que urubus, lama e correnteza competem com o esforço humano de preservar a dignidade de um corpo que já se desfaz.
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