Quem é Stefanutto, presidente do INSS investigado por fraude

Alessandro Antonio Stefanutto, presidente do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), foi afastado do cargo nesta 4ª feira (23.abr.2025). Ele é alvo da Operação Sem Desconto, deflagrada pela PF (Polícia Federal) para apurar fraudes de R$ 6,3 bilhões em benefícios previdenciários.

Stefanutto estava à frente do INSS desde julho de 2023. Foi nomeado pelo ministro da Previdência Social, Carlos Lupi. Ele sucedeu Glauco Wamburg —exonerado por suspeitas de irregularidades.

O presidente afastado é procurador federal de carreira, com 25 anos de atuação no INSS. Ingressou no órgão em 2000 e já ocupou cargos como procurador-geral da autarquia, entre 2011 e 2017. É filiado ao PSB (Partido Socialista Brasileiro).

Antes do INSS, passou por órgãos como o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), Receita Federal e Ministério da Ciência e Tecnologia.

É graduado em direito pela Universidade Mackenzie, pós-graduado em gestão de projetos e mestre em gestão e sistemas de seguridade social pela Universidade de Alcalá, na Espanha.

No INSS, liderou a implantação do sistema Siccau. Foi também diretor de orçamento, finanças e logística antes de assumir a presidência.

Stefanutto assumiu o instituto com muitos desafios: uma fila de requerimentos com milhões de pessoas, modernização do sistema e quadro deficitário de servidores. 

Em fevereiro, a fila encostou em 2 milhões e atingiu o maior patamar desde o início de 2020, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Para a modernização do instituto, contratou uma inteligência artificial na tentativa de combater fraudes em benefícios sociais e de aposentadoria. A previsão era que as operações começassem até o final do 1º semestre de 2025. 

OPERAÇÃO SEM DESCONTO 

A PF deflagrou nesta 4ª feira (23.abr.2025) a Operação Sem Desconto para investigar um esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Na operação, 6 servidores públicos foram afastados de suas funções. Entre eles, Stefanutto.

De acordo com a PF, os descontos eram feitos por entidades associativas sem autorização dos aposentados e pensionistas. As cobranças irregulares eram aplicadas diretamente nos benefícios previdenciários.

A operação ocorre em 14 estados e no Distrito Federal, incluindo São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Ceará. A CGU (Controladoria-Geral da União) está envolvida nas investigações. 

Os envolvidos poderão responder por:

  • Corrupção ativa e passiva;
  • Violação de sigilo funcional;
  • Falsificação de documentos;
  • Organização criminosa;
  • Lavagem de dinheiro.

 

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