Seu próximo carro poderá ter uma cor exótica: pesquisa descobre cor inédita para humanos

Já tentou explicar pra alguém a diferença entre o prata claro e o prata médio do carro novo? Ou então discutir se o branco perolado é realmente diferente do branco sólido? Pois é, o ser humano já se complica com as cores que consegue ver. Agora imagina descobrir que tem mais uma cor nova por aí — uma que ninguém nunca viu antes, nem na concessionária.

Pontos Principais:

  • A cor “olo” foi vista por apenas cinco pessoas que participaram do experimento.
  • A técnica Oz Vision estimula individualmente cones da retina com laser.
  • O sistema permite ativar apenas os cones M, o que antes não era possível com luz natural.
  • Estudo pode resultar em aplicações para auxiliar pessoas com daltonismo.

Foi isso que um grupo de cientistas da Universidade da Califórnia em Berkeley fez: colocou cinco pessoas frente a frente com uma cor completamente inédita, batizada de “olo”. Não está no catálogo da Fiat, não aparece no mostruário da BMW, e nem mesmo a Volkswagen pensou em usar isso num Gol especial de 30 anos. A cor só apareceu depois que os pesquisadores meteram laser nos olhos das pessoas — com todo cuidado, claro — e ativaram um tipo de célula específica da retina.

A nova cor, chamada "olo", é uma mistura intensa de azul com verde, extremamente saturada e impossível de ser reproduzida em telas ou descrita com base nas cores conhecidas - imagem gerada por IA.
A nova cor, chamada “olo”, é uma mistura intensa de azul com verde, extremamente saturada e impossível de ser reproduzida em telas ou descrita com base nas cores conhecidas – imagem gerada por IA.

Se já era difícil decidir entre cinza chumbo e grafite metálico, agora temos um novo problema na garagem da percepção visual. Será que no futuro vamos ver lançamentos com pintura “olo fosco com detalhes cromados”? A tecnologia ainda está engatinhando, mas se depender da criatividade da indústria automotiva, em breve o “olo” pode ser tão comum quanto o vermelho bordô que ninguém sabe descrever direito.

Técnica com laser permite que humanos vejam nova cor fora do espectro visível

Cientistas da Universidade da Califórnia em Berkeley desenvolveram uma técnica que permite aos olhos humanos perceberem uma cor fora do espectro visível natural. A nova cor, chamada de “olo”, foi identificada durante um experimento que utilizou estímulos a laser direcionados aos cones da retina. Apenas cinco pessoas participaram do estudo inicial, e todas relataram ver um tom misto de azul e verde, altamente saturado, que não pode ser reproduzido em telas ou descrito com base em cores conhecidas.

A retina humana contém três tipos principais de cones, conhecidos como L, M e S, responsáveis pela percepção das cores. Cada tipo responde a uma faixa de comprimento de onda, e suas áreas de sensibilidade se sobrepõem. Isso limita a possibilidade de estimular apenas um tipo de cone com luz natural, o que restringe as cores que conseguimos enxergar.

Com o sistema chamado Oz Vision, os pesquisadores mapearam individualmente os cones da retina dos participantes e usaram feixes de laser com microdoses precisas. Isso permitiu que apenas os cones do tipo M fossem estimulados, sem interferência nos cones S e L. O controle foi feito por um software chamado Wizard, que ajusta os feixes mesmo com o movimento natural dos olhos.

A cor vista durante o experimento é descrita como um quadrado muito pequeno de luz, com um tom diferente de tudo que os participantes haviam visto antes. Para validar a novidade, os cientistas apresentaram a nova cor ao lado da paleta tradicional e os voluntários não conseguiram compará-la com nenhuma outra. Apenas ao reduzir sua saturação com branco, eles conseguiram associá-la vagamente a outras cores.

O estudo, publicado na revista Science Advances, mostra que a estimulação espacial dos cones é uma alternativa ao método tradicional de estímulo por espectro de luz. Com essa técnica, é possível expandir o espectro percebido pelo olho humano e explorar novas áreas de percepção visual.

Um dos objetivos futuros é aplicar essa tecnologia para criar estímulos visuais em pessoas com daltonismo. A proposta é simular a presença de cones ausentes em quem possui alguma deficiência visual relacionada à cor, criando um “cone virtual” com a mesma resposta fisiológica. Isso pode permitir que o cérebro processe informações de cor que antes não eram acessíveis.

Pesquisas anteriores com macacos daltônicos conseguiram alterar o comportamento visual dos animais, sugerindo que eles perceberam novas cores após intervenção semelhante. Em humanos, esse tipo de estudo pode ser mais conclusivo, pois os participantes conseguem descrever com clareza o que estão vendo.

Embora a experiência ainda seja limitada a ambientes controlados e não tenha aplicações comerciais imediatas, ela abre caminho para avanços em telas de alta fidelidade, interfaces visuais mais imersivas e novas formas de correção da visão. O Oz Vision representa um novo campo de estudo na interação entre tecnologia e sistema visual humano.

Fonte: Super, Ultimosegundo e Euronews.

O post Seu próximo carro poderá ter uma cor exótica: pesquisa descobre cor inédita para humanos apareceu primeiro em Carro.Blog.Br.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.