Ser educado com a IA melhora interação, mas gera problema grave

“Quando começar a revolução das máquinas eu vou estar a salvo, porque eu sempre disse ‘obrigado’ e ‘por favor’ ao Chat GPT”. Quem nunca ouviu ou falou essa frase contada como uma piada? Mas saiba que ela pode não ser apenas uma piada, mas ter um impacto real na sua interação com a inteligência artificial – para o bem e para o mal.Isso porque ser educado com as inteligências artificiais tem, de fato, impacto nas respostas que você consegue. A diferença do esperado é que essa resposta não é exatamente positiva, dependendo do ângulo que você olha.Leia também:Conheça o aplicativo disfarçado de calculadora que esconde arquivosAprenda a localizar qualquer pessoa apenas pelo número de telefoneVeja 6 novos usos para seu celular antigo guardado em casaO BÔNUS…Um artigo feito por pesquisadores da Microsoft, da Universidade Normal de Beijing e da Academia Chinesa de Ciências afirmou que modelos de IA generativa, como o ChatGPT apresentam resultados mais satisfatórios quando são tratados como humanos, incluindo a educação de dizer “obrigado” e “por favor”, ou com maior emoção.O estudo apontou que perguntas feitas de formas frias ou grosseiras acabaram em resultados com menor qualidade, mais erros e viés acentuado. Por outro lado, perguntas feitas como se fossem para um humano geraram resultados mais satisfatórios e com mais informações.Cientistas de dados do Google chegaram a dizer a um modelo para “respirar fundo” para relaxar, o que fez com que suas pontuações em problemas de matemática desafiadores aumentassem consideravelmente. Solicitações com “por favor” ou “essa resposta é muito importante para mim” também melhoraram o desempenho das plataformas.A justificativa é que, com perguntas mais elaboradas, há mais dados para o treinamento das ferramentas, com pedidos mais articulados, alinhados com o padrão de conformidade que as IAs foram treinadas, aumentando as chances de conseguir o resultado esperado.… E O ÔNUSMas essa educação toda tem algum peso negativo? Na verdade, sim. Pelo menos para a empresa responsável pela ferramenta. Isso foi o que revelou Sam Altman, CEO da OpenAI, empresa responsável pelo ChatGPT.No dia 15 de abril, um usuário do Twitter perguntou quanto a empresa pagava de eletricidade apenas por causa dos “por favor” e “obrigado”. No dia seguinte, Altman respondeu “Dezenas de milhões de dólares bem gastos”, com bom humor. “Nunca se sabe”, completou, declarando a mesma preocupação que você com a revolução das máquinas.Isso porque os chatbots precisam de estruturas computacionais gigantes para poder operar, com um gasto enorme de eletricidade. Para cada pequeno parágrafo, o consumo é de aproximadamente 0,14 kWh de energia, o mesmo que 14 lâmpadas LED ligadas por uma hora.Além desse gasto de energia, há o gasto com água para resfriar o equipamento, cerca de 500 ml de água a cada 20 comandos feitos pelo usuário – e só o ChatGPT possui cerca de 12 milhões de usuários por mês.A pergunta que fica para você é: quando a revolução das máquinas chegar, você prefere ter sido educado com elas ou as ter feito trabalhar menos? A resposta certa ficará para o futuro – que esperamos não ser próximo.
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