O que incrimina Filipe incrimina copeiro do Alvorada, diz defesa

A defesa do ex-assessor especial de Jair Bolsonaro (PL), Filipe Martins, disse nesta 3ª feira (22.abr.2025) que os registros de entrada no Palácio da Alvorada em 2022 não provam que Filipe se reuniu para discutir um golpe de Estado.

Segundo o juiz aposentado Sebastião Coelho, que faz parte da defesa, a partir de 30 de outubro de 2022 o edifício passou a ser local de trabalho de Filipe Martins. O dia marca a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele disse que o prédio tem 7.000 m2 e o Filipe poderia estar no edifício, registrar entrada, e não encontrar o ex-presidente.

O advogado Ricardo Fernandes, que também integra a defesa, disse que o entendimento usado por Moraes ao justificar a presença de Filipe na reunião seria que “o copeiro que trabalhou naquele dia deveria estar presente na denúncia, seguindo essa lógica”.

Assista (5min5s):

“Tudo o que o Mauro Cid fala parece ter força, por essa decisão. Então, se ele não for com a cara daquele copeiro, pronto, vira prova de que aquele copeiro estava lá. Inclusive, porque os registros de entrada eram de controle do Mauro Cid, o delator”, declarou.

Marcelo Almeida Sant’Anna, que também integra a defesa, disse que inclusive pelos registros de entrada serem de atribuição de Mauro Cid que os dados de geolocalização do Filipe seriam essenciais para que a defesa “conhecem as provas”. Segundo ele “todos [PF, PGR e Moraes] conhecem as provas [geolocalização de Filipe], menos a defesa”.

JULGAMENTO DO 2º NÚCLEO

A 1ª Turma do STF tornou réus nesta 3ª feira (22.abr) Filipe Martins e mais 5 acusados de serem os responsáveis por “gerenciar” as operações do grupo acusado de tentativa de golpe de Estado em 2022.

Integram o núcleo:

  • Fernando de Sousa Oliveira, delegado da PF e ex-secretário-executivo da SSP;
  • Filipe Garcia Martins Pereira, ex-assessor especial de Assuntos Internacionais de Bolsonaro;
  • Marcelo Costa Câmara, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, coronel do Exército;
  • Marília Ferreira de Alencar, delegada da PF (Polícia Federal) e ex-subsecretária de Inteligência da SSP (Secretaria de Segurança Pública);
  • Mario Fernandes, general da reserva e ex-número 2 da Secretaria-Geral da Presidência no governo Bolsonaro; e
  • Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da PRF (Polícia Rodoviária Federal).

PRÓXIMOS PASSOS

Com a denúncia aceita, dá-se início a uma ação penal.

Nessa fase do processo, o Supremo ouvirá as testemunhas indicadas pelas defesas de todos os réus e conduzirá a sua própria investigação.

Depois, a Corte abre vista para as alegações finais, quando deverá pedir que a PGR se manifeste pela absolvição ou condenação dos acusados.

O processo será repetido para cada grupo denunciado pela PGR. Bolsonaro e mais 7 viraram réus. Faltam os julgamentos de 2 núcleos:

  • desinformação – 6 e 7 de maio;
  • operações – 20 e 21 de maio.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.