Papa Francisco pediu quebra de tradição em seu funeral

Papa FranciscoDivulgação/Vatican Media

O Papa Francisco, que morreu nesta segunda-feira (21) aos 88 anos, já havia revelado em vida o desejo de quebrar uma tradição de séculos nos funerais papais. Em vez de ser sepultado nas grutas da Basílica de São Pedro, como a maioria dos seus antecessores, ele manifestou a vontade de descansar na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma.

A decisão foi compartilhada por Francisco no fim de 2023. Segundo ele, o túmulo já estaria preparado no templo que mais frequentou ao longo de seu pontificado — tanto antes quanto depois de viagens oficiais. Localizada no bairro de Esquilino, a igreja é uma das mais importantes da capital italiana e a primeira do Ocidente dedicada à Virgem Maria.

Com isso, o papa argentino deixaria de seguir uma das mais fortes tradições do catolicismo moderno. Desde que a Basílica de São Pedro foi concluída, em 1626, 24 dos 31 papas que vieram depois foram enterrados nas grutas abaixo do altar principal.

João Paulo II, por exemplo, repousou ali até ser transferido após sua canonização. Bento XVI, seu antecessor imediato, foi sepultado em três caixões — um de madeira, um de chumbo e outro de madeira novamente — com uma inscrição em latim marcando seu tempo de vida e de papado.

Francisco, no entanto, já havia sinalizado que desejava algo mais simples. Ele pediu que seu corpo fosse colocado em um único caixão de madeira forrado com zinco, conforme os novos ritos divulgados sob sua liderança. Não há, até o momento, confirmação oficial do Vaticano sobre o local exato do enterro, mas a expectativa é de que seu desejo seja respeitado.

Um dia antes de morrer, o pontífice ainda apareceu publicamente para dar sua bênção de Páscoa à multidão reunida na Praça de São Pedro. Mesmo com dificuldades respiratórias, ele surgiu na varanda da basílica em uma cadeira de rodas e acenou aos fiéis, enquanto sua mensagem “urbi et orbi” foi lida por um assessor.

No texto, o papa fez um forte apelo pela paz e pelo fim do armamento global. “Não é possível haver paz sem um verdadeiro desarmamento!”, escreveu Francisco, que ainda criticou os ataques a civis, escolas, hospitais e agentes humanitários em zonas de conflito.

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