Grupo é resgatado após cabeça d’água em parque de MG; duas pessoas seguem desaparecidas


Bombeiros encontraram oito pessoas durante a madrugada em Conceição do Mato Dentro; buscas por casal arrastado continuam com apoio de aeronave. Grupo em segurança, após o resgate feito pelo Corpo de Bombeiros.
Divulgação/CBMMG
Oito pessoas foram resgatadas com vida após ficarem ilhadas na região da Cachoeira Bocaina, no Parque Estadual Serra do Intendente, em Conceição do Mato Dentro, na Região Central de Minas Gerais. Duas ainda estão desaparecidas.
Elas estavam próximas ao Cânion do Peixe Tolo e foram surpreendidas por uma cabeça d’água — fenômeno que causa aumento repentino do nível do rio (saiba mais abaixo). Duas pessoas do grupo, um casal, estão desaparecidas após serem arrastadas pela correnteza.
O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 19h de sexta-feira (18) e iniciou o deslocamento ainda à noite.
Durante o percurso, os militares enfrentaram uma nova cabeça d’água, que tomou a rota pelas margens e obrigou a equipe a seguir pelo leito do rio, em um trajeto de difícil acesso.
O grupo foi localizado por volta da 1h45 da madrugada deste sábado (19). Ninguém se feriu, mas todos estavam assustados.
Por questões de segurança e visibilidade, os bombeiros permaneceram com os resgatados no local até o amanhecer. O retorno foi feito também pelo interior do rio, em trechos mais rasos, já que o caminho pelas margens continuava intransitável. Todos os oito resgatados já estão em segurança.
As buscas pelas duas pessoas desaparecidas começaram na manhã de sábado, com apoio de uma aeronave do Corpo de Bombeiros, e continuam. Até o momento, o acesso terrestre continua inviável, e a operação de busca é feita exclusivamente por via aérea.
Helicóptero do Corpo de Bombeiros durante resgate no Parque Estadual Serra do Intendente.
Divulgação/CBMMG
O que é uma cabeça d’água?
A cabeça d’água se forma pela chuva intensa. Geralmente, a chuva acontece em um ponto isolado e alto do rio, na nascente, por exemplo. Quando chove muito na cabeceira do rio, a tendência natural é o volume de água aumentar ao longo do percurso e de maneira abrupta.
“A pancada de chuva intensa cai na cabeceira do rio, faz ele subir de nível e forma essa onda, que é uma cabeça d’água. Essa onda é gerada pela entrada de água muito rápida e faz com que as correntezas se intensifiquem”, explicou Giovanni Dolif, meteorologista do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais.
Nem sempre a chuva que causa a cabeça d’água é visível em áreas dos rios e cachoeiras onde os banhistas costumam ficar. Com isso, eles são surpreendidos pela cheia e intensidade das correntezas.
Os bombeiros alertam que os primeiros sinais são a mudança na coloração da água e a presença de mais folhas e galhos.
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