O que é cabotagem aérea e por que ela pode transformar o Brasil? Confira

O que é cabotagem aérea e por que ela pode transformar o Brasil? Confira

O Brasil pode estar à beira de uma revolução na aviação. O Ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, vem defendendo a entrada de companhias estrangeiras no mercado doméstico, por meio da cabotagem aérea — um modelo que hoje é proibido no país.

A proposta visa aumentar a oferta de voos, reduzir o preço das passagens e elevar a competitividade no setor. Mas, para isso sair do papel, será preciso derrubar barreiras legais e políticas ainda muito sólidas.

O que é cabotagem aérea e por que ela é polêmica?

A cabotagem aérea é a operação de voos domésticos por empresas estrangeiras, um modelo comum em mercados altamente liberalizados, mas ainda distante da realidade brasileira.

Atualmente, o Código Brasileiro de Aeronáutica restringe voos internos apenas a empresas com sede no Brasil. Além disso, a Lei do Aeronauta exige que a tripulação seja formada por brasileiros natos ou naturalizados — o que inviabiliza, por exemplo, que uma companhia como a TAP opere voos entre cidades brasileiras com sua equipe original.

Viagem de avião – Créditos: depositphotos.com / 3dmentat

O que precisa mudar para a proposta avançar?

Para que a cabotagem aérea seja autorizada no Brasil, será necessário alterar a legislação nacional. Isso implica:

  • Reformar o Código Brasileiro de Aeronáutica;
  • Revisar a Lei do Aeronauta;
  • Convencer o Congresso Nacional a aprovar essas mudanças.

O desafio vai além do trâmite político. É necessário equilibrar os interesses dos consumidores com a proteção do mercado de trabalho nacional e a sobrevivência das companhias brasileiras já em atividade.

Como a cabotagem aérea pode transformar a aviação brasileira?

Caso aprovada, a medida pode provocar uma verdadeira disrupção no setor aéreo. Os principais benefícios seriam:

  • Mais voos e conexões, inclusive para cidades hoje negligenciadas;
  • Concorrência direta com empresas nacionais, o que pode levar à queda nos preços;
  • Estímulo ao turismo e à economia regional, graças ao aumento da mobilidade.

A lógica é simples: com mais oferta e novas rotas, os preços tendem a cair — um alívio bem-vindo para o bolso do brasileiro.

AVIÃO VOANDO – Créditos: depositphotos.com / Junot

Mas… e os riscos econômicos para empresas estrangeiras?

Nem tudo são asas abertas. A operação de voos domésticos por estrangeiras traz riscos financeiros, especialmente por causa da diferença cambial.

Empresas como a TAP teriam que arcar com salários em euros, enquanto recebem pelas passagens em reais. Além disso, seus aviões, como o A330-200ceo, têm custos operacionais mais altos em comparação com os modelos menores usados por empresas brasileiras.

Isso levanta dúvidas sobre a real atratividade desse mercado para operadoras internacionais, especialmente se a regulamentação não for flexível.

O que esperar do futuro da cabotagem aérea no Brasil?

A proposta de Silvio Costa Filho ainda está no campo das ideias, mas já movimenta o setor e provoca debates intensos. Se vingar, a cabotagem aérea pode tornar o transporte aéreo mais acessível, aproximando o Brasil de mercados mais abertos como o europeu.

No entanto, o sucesso dependerá de uma equação delicada: abrir o mercado sem destruir o que já existe. Com diálogo, estratégia e foco no passageiro, a mudança pode acontecer — e marcar o início de uma nova era nos céus brasileiros.

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