Lula critica, mas Petrobras paga R$ 101 bi em dividendos em 2024

A Petrobras pagou R$ 100,7 bilhões em dividendos e JCP (Juros sobre Capital Próprio) para os investidores em 2024. O valor é levemente superior ao que foi desembolsado no ano anterior em termos nominais, R$ 98,2 bilhões.

O levantamento foi enviado ao Poder360 pela consultoria Elos Ayta, do economista Einar Rivero. Considera o que foi efetivamente pago no ano, incluindo o que foi aprovado em exercícios anteriores. Entenda mais sobre a metodologia ao final da reportagem.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a distribuição de dividendos da Petrobras em 2024. Segundo ele, o dinheiro deveria ser usado para investimentos ao invés de ir para os acionistas.

“A Petrobras não é apenas uma empresa de pensar nos acionistas que investem nela. A Petrobras tem que pensar no investimento e pensar em 200 milhões de brasileiros que são donos dessa empresa, ou são sócios dessa empresa”, disse em março daquele ano.

 Leia a trajetória do pagamento dos dividendos:

O ano de 2024 também foi marcado por um impasse sobre a distribuição dos dividendos extraordinários –aqueles que superam o mínimo determinado pela empresa. No final, Lula cedeu em parte e liberou o pagamento.

Juntos, os montantes de 2023 e 2024 somam R$ 198,9 bilhões. É quase o valor total do que foi pago só em 2022, último ano do governo de Jair Bolsonaro (PL) –R$ 194,6 bilhões.

Entenda o que são: 

  • Dividendos – parte do lucro de uma empresa distribuída aos acionistas, geralmente em dinheiro;
  • JCP – forma de remuneração aos sócios que simula juros, com benefícios fiscais para a empresa.

PETROBRAS: MAIOR PAGADORA EM VOLUME

A petroleira estatal foi a empresa que mais desembolsou dinheiro para o pagamento aos acionistas em 2024. Não necessariamente significa que foram os rendimentos mais rentáveis do mercado, mas indica o peso da companhia no mercado.

Itaú (R$ 21,9 bilhões) e Vale (R$ 20,7 bilhões) fecham o top 3 ranking, como mostra o infográfico abaixo:

METODOLOGIA DO LEVANTAMENTO

Os dados levantados consideram o que foi efetivamente pago. As empresas aprovam a distribuição de parte dos lucros com base de um exercício financeiro. Entretanto, isso não significa que tudo será pago naquele ano.

Por exemplo, parte do que foi distribuído referente a 2023 só chegará ao bolso dos acionistas em 2024.

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