Honda lidera, mas Mottu, Shineray e Bajaj se destacam na lista de motos mais vendidas do Brasil

As ruas brasileiras estão revelando uma nova ordem no mercado de motocicletas urbanas. Uma análise das vendas do primeiro trimestre de 2025 aponta um movimento incomum: modelos pouco conhecidos até pouco tempo conquistaram posições entre os mais vendidos do país. Com destaque para Mottu, Shineray, Haojue e Bajaj, quatro marcas consideradas até então periféricas no cenário nacional, os dados mostram uma transformação no comportamento de compra do motociclista urbano.

Pontos Principais:

  • Ranking de motos urbanas revela presença de quatro marcas fora do eixo tradicional.
  • Mottu Sport 110i superou Yamaha e ficou entre as três mais vendidas do trimestre.
  • Modelos como Shineray Free 150 e Haojue DK 150 ganham espaço pelo baixo custo.
  • Mercado mostra mudança no perfil do comprador e novas estratégias de aquisição.

O segmento city/street, como é classificado pela Fenabrave, representa motos voltadas ao uso urbano com motores de até 300 cm³. Historicamente dominado por fabricantes tradicionais como Honda e Yamaha, esse espaço começa a dividir protagonismo com marcas que apostam em estratégias de acesso facilitado, preços abaixo da média e novos formatos de aquisição, incluindo parcerias com plataformas de aluguel de motos.

A chegada de marcas como Mottu, Shineray, Haojue e Bajaj ao top 10 das motos urbanas mais vendidas surpreendeu o mercado e acendeu o alerta entre fabricantes tradicionais como Honda e Yamaha - Imagem gerada por IA.
A chegada de marcas como Mottu, Shineray, Haojue e Bajaj ao top 10 das motos urbanas mais vendidas surpreendeu o mercado e acendeu o alerta entre fabricantes tradicionais como Honda e Yamaha – Imagem gerada por IA.

A mudança não ocorre apenas em nichos específicos, mas no centro do maior volume de vendas do setor. As dez motocicletas mais vendidas no primeiro trimestre revelam não só a permanência de modelos consagrados como CG 160 e CB 300F Twister, mas também o avanço de nomes que até pouco tempo figuravam como curiosidades no mercado. O dado mais emblemático vem da Mottu Sport 110i, que chegou a liderar o ranking mensal em março, ultrapassando até mesmo modelos consagrados da Yamaha.

Presença consolidada das tradicionais

Mesmo com a chegada de novos concorrentes, a liderança ainda é da Honda. A CG 160 fechou o trimestre na primeira colocação, com 35.423 unidades vendidas, mantendo média mensal acima de 35 mil. Logo atrás, a Honda CB 300F Twister mostrou força no segmento de maior cilindrada ao atingir 15.352 unidades no período. Ambos os modelos permanecem entre os mais procurados em função de fatores consolidados como rede de assistência, tradição da marca e aceitação no mercado de revenda.

No ranking completo, a Yamaha marca presença com três representantes: Factor 150, Fazer 250 e Fazer 150. Os dois últimos surgem nas quinta e sexta posições respectivamente, enquanto a Factor 150 ocupa o quarto lugar. Juntas, essas motos representam um volume importante dentro da categoria, reforçando a competitividade da marca japonesa no segmento urbano.

Ainda que dominem historicamente, os modelos tradicionais vêm enfrentando novos obstáculos. A principal ameaça, no momento, vem de modelos que surgem com preços mais baixos, oferta de financiamento facilitado e parcerias com plataformas de locação voltadas a entregadores e motoristas de aplicativo.

A ascensão das novas marcas

A surpresa do trimestre é a Mottu Sport 110i. Produzida originalmente pela indiana TVS, montada no Brasil pela Dafra em Manaus, e distribuída quase que exclusivamente pela plataforma de aluguel de motos Mottu, ela conquistou a terceira colocação com 13.306 unidades vendidas. A moto chegou a superar, em março, a própria Twister, alcançando a vice-liderança no ranking mensal.

Um dos principais atrativos é o preço. O modelo pode ser encontrado por menos de R$ 10 mil, com planos que permitem entrada de R$ 2 mil e parcelamento em até 36 vezes de R$ 360. Também há a opção de aluguel por valores a partir de R$ 18 por dia, com possibilidade de aquisição da moto ao final do contrato com valor reduzido. A estratégia atrai entregadores e trabalhadores que veem na moto uma ferramenta de trabalho com custo acessível.

Outras presenças marcantes no ranking incluem a Shineray XY 150 Free, na sétima colocação com 4.302 unidades vendidas. A moto é produzida em Recife (PE) e tem preço de R$ 12.990. A seguir vem a Haojue DK 150, com 1.230 unidades, e a Bajaj Dominar 160, com 1.181. Ambas completam a lista das dez mais vendidas no trimestre. Cada uma aposta em características como baixo custo inicial, disponibilidade e operação simplificada para o comprador urbano.

Impacto no comportamento de compra

Os dados revelam uma tendência clara no comportamento de compra de quem utiliza motocicleta no ambiente urbano. O valor de aquisição se mostra como fator decisivo, especialmente entre profissionais que utilizam a moto como ferramenta de trabalho. O custo-benefício, neste caso, é mensurado em função do retorno que a motocicleta pode gerar, o que reforça a importância de preços acessíveis e facilidade de pagamento.

Além do preço, a presença em marketplaces de locação contribui diretamente para o crescimento dessas marcas. O caso da Mottu evidencia esse movimento, ao centralizar sua atuação em São Paulo e utilizar um modelo de negócios que permite a entrada no mercado sem a necessidade de crédito bancário, tornando o acesso à motocicleta mais democrático.

Apesar da dominância ainda firme da Honda e Yamaha, a penetração crescente de fabricantes como Shineray, Haojue e Bajaj evidencia um novo capítulo no setor. A competitividade não depende apenas da força da marca ou da tradição, mas de estratégias alinhadas à realidade financeira do comprador urbano e da flexibilidade nos modelos de aquisição.

Vendas e números do trimestre

No fechamento do primeiro trimestre de 2025, a lista das motos urbanas mais vendidas reflete uma nova configuração. Embora a CG 160 da Honda continue no topo, com mais de 35 mil unidades, e a CB 300F Twister apareça em segundo, a terceira colocada Mottu Sport 110i representa uma mudança estrutural no mercado. A moto superou modelos tradicionais como a Yamaha Factor 150, que ficou em quarto lugar com 12.420 unidades.

As posições seguintes mostram ainda a Yamaha Fazer 250 (9.288), Yamaha Fazer 150 (9.273), Shineray Free 150 (4.302), Haojue DK 150 (1.230), Yamaha Fazer 150 novamente (1.195) e a Bajaj Dominar 160 (1.181). Um dado curioso, e ainda não esclarecido pela Fenabrave, é a repetição da Yamaha Fazer 150 em duas posições do ranking.

  • Honda CG 160 – 35.423 unidades
  • Honda CB 300F Twister – 15.352 unidades
  • Mottu Sport 110i – 13.306 unidades
  • Yamaha Factor 150 – 12.420 unidades
  • Yamaha Fazer 250 – 9.288 unidades
  • Yamaha Fazer 150 – 9.273 unidades
  • Shineray XY 150 Free – 4.302 unidades
  • Haojue DK 150 – 1.230 unidades
  • Yamaha Fazer 150 – 1.195 unidades
  • Bajaj Dominar 160 – 1.181 unidades

Perspectivas futuras

Ainda é cedo para afirmar se essas marcas conseguirão manter a posição nos próximos levantamentos. No entanto, o desempenho no primeiro trimestre de 2025 mostra que há demanda para motos acessíveis, voltadas a públicos que necessitam de praticidade e preço baixo.

O sucesso da Mottu pode se repetir em outras praças, caso o modelo de negócios seja expandido. A Shineray, com produção nacional, também tende a ampliar sua capilaridade, especialmente se aumentar a rede de distribuição e pós-venda. Já Bajaj e Haojue têm o desafio de ampliar presença e visibilidade diante de um consumidor que ainda associa motos urbanas principalmente às marcas tradicionais.

O mercado, portanto, passa a conviver com uma dualidade: de um lado, fabricantes consolidadas que mantêm volume alto em função de reconhecimento de marca; de outro, novas marcas que propõem uma equação financeira mais acessível, capaz de captar públicos que estavam à margem do setor.

Fonte: Uai, Gazetasp e Webmotors.

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