Em 3 dias de fiscalização, Ibama não captura peixes que morderam turistas em lago artificial de Bonito


Equipe do instituto não descarta a possibilidade dos peixes terem sido retirados do local antes da fiscalização. Trabalho de monitoramento na região irá continuar. Novas datas para as fiscalizações futuras não foram definidas. Fiscais estiveram no atrativo durante três dias.
Após três dias de fiscalização, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) não conseguiu capturar peixes que morderam turistas em uma lagoa artificial da Praia da Figueira, um balneário de Bonito (MS).
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Conforme o instituto, mesmo após os fiscais usarem drones, mergulharem no lago artificial e instalarem uma rede, os animais não foram capturados.
Segundo a analista ambiental do Ibama, Fabiane Souza, a equipe não descarta que os peixes possam ter sido retirados do local antes da fiscalização. “A nossa preocupação caso isso tenha acontecido é a destinação desses peixes, porque a gente não sabe se foram soltos em algum local ou não”, afirma.
O Ibama solicitou ao atrativo que apresentem licenças ambientais, as notas fiscais de origem dos peixes e o documento que foi protocolado no órgão ambiental solicitando a retirada dos peixes.
Segundo a analista ambiental, o trabalho de monitoramento dos peixes na região irá continuar. Os agentes devem voltar ao local para futuras fiscalizações. Novas datas ainda não foram definidas.
“Primeiro, vamos avaliar os dados que coletamos da flora local e dos peixes nativos que existem lá, temos que fazer toda essa avaliação da lagoa para então avaliar quais serão as próximas decisões”, ressalta.
De acordo com o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), o local irá continuar em funcionamento parcial, com uma grade de contenção para impedir o acesso dos peixes “de médio e grande porte à área destinada ao banho, bar molhado e tirolesa”.
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Laudo do Ibama
A partir dos materiais colhidos durante a fiscalização no atrativo, a equipe vai produzir um laudo técnico para explicar o motivo dos incidentes, que deve ser divulgado em 20 dias.
Conforme a analista ambiental, duas espécies da bacia amazônica ou uma espécie local podem ser as responsáveis pelas mordidas: o tambaqui, tambacu ou até mesmo o pacu.
De acordo com o Ibama, espécies exóticas podem provocar acidentes devido à dentição e hábitos alimentares. No caso do tambaqui e do tambacu, os animais têm uma dieta que inclui alimentos duros como cocos, aumentando a probabilidade de incidentes.
Mordidas em banhistas
A Praia da Figueira fica localizada na zona rural de Bonito, considerada a capital do ecoturismo. Entre janeiro e março deste ano, 14 incidentes foram registrados no lago artificial do atrativo, segundo a Secretaria de Saúde do município.
Ao g1, o atrativo informou que colocou fita zebrada ao redor da lagoa, além de salva-vidas e recepcionistas para orientar os visitantes sobre a proibição de uso da área de banho.
Outra medida adotada, segundo os responsáveis, foi a instalação de uma barragem de contenção para impedir que os peixes acessem a área, que possui quiosques dentro d´água, onde os ataques ocorreram.
O atrativo também se comprometeu a desenvolver um Plano de Manejo para retirar os peixes da lagoa e levá-los para outro local.
Fiscais realizaram mergulho no local.
Ibama
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