Líder sindical ameaça ‘dar uns tapas’ em prefeito de São Vicente, SP, durante reunião sobre greve; VÍDEO


Prefeito Kayo Amado (Podemos) alega ter registrado um boletim de ocorrência de ameaça e injúria contra o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Magistério e na Educação Municipal (Sintramem), Roberto Ciccarelli Filho. Líder sindical ameaça ‘dar uns tapas’ em prefeito de São Vicente, SP
O prefeito de São Vicente, no litoral de São Paulo, Kayo Amado (Podemos), alega ter registrado um boletim de ocorrência após ser ameaçado pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Magistério e na Educação Municipal (Sintramem), Roberto Ciccarelli Filho. A denúncia foi feita após o líder sindicalista afirmar que invadiria a prefeitura para “dar uns tapas” no político.
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A declaração de Ciccarelli aconteceu durante uma assembleia sobre a greve dos trabalhadores da rede municipal de ensino (assista acima). Os profissionais reivindicam aumento salarial e outras melhorias desde o último dia 3, quando a paralisação foi declarada por tempo indeterminado.
“Vai sair palavrão, vai sair de tudo porque se eu não desopilar o fígado hoje aqui com vocês, eu vou lá na prefeitura invadir e dar uns tapas naquele desgraçado, filho da p***”, afirmou o presidente, que foi aplaudido pelos presentes na reunião. “Não há ninguém mais p*** nessa assembleia do que eu […]. Ele está sangrando, ele tem que continuar sangrando. Ele tem que arregar”, disse.
O vídeo viralizou nas redes sociais e Ciccarelli fez uma publicação afirmando que teve um comportamento inadequado. “Como professor, sei que palavras exaltadas não combinam com a postura que sempre defendi. Por isso, venho a público fazer minha retratação aos cidadãos vicentinos e aos colegas presentes […]. Diante de tanta revolta, como ser humano, deixei a emoção tomar conta”.
À esquerda, o prefeito de São Vicente, Kayo Amado (Podemos). À direita, o presidente do Sintramem, Roberto Ciccarelli Filho
Reprodução/Instagram
Prefeito
Em nota, a Prefeitura de São Vicente informou que um BO de ameaça e injúria foi registrado junto à Polícia Civil. Ainda de acordo com a administração municipal, as medidas judiciais cabíveis serão tomadas. Até o fechamento desta matéria, segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), o registro policial ainda estava sendo elaborado.
Amado também se pronunciou sobre o ocorrido por meio das redes sociais. “Na boa, nem parece um professor falando. Xinga, ameaça, diz que vai invadir a prefeitura e me agredir. Presidente, quem está sangrando não sou eu, são as mães e as crianças que estão sem aula porque o senhor não cumpre decisão judicial. Está incentivando as pessoas em greve a mais do que a Justiça permitiu”, disse.
Paralisação em São Vicente (SP)
Sintramem/Divulgação
O prefeito disse ter apresentado uma proposta de um aumento de R$ 350 no salário e uma correção de 3,5% na hora-aula. “A gente tem feito a cidade progredir e as pessoas têm visto. Isso que está sendo feito é politicagem. Isso, esse jogo barato que ameaça, que agride, que xinga”, destacou.
Já Ciccarelli afirmou na internet que o valor de R$ 350 se trata de um bônus, e não de um aumento real no salário-base. “Em vez de assumir sua responsabilidade frente à greve dos profissionais da educação, o chefe do Executivo recorre ao discurso emocional e tenta transferir a culpa para outros”.
O g1 entrou em contato com Ciccarelli, mas não obteve um retorno até a publicação desta reportagem.
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