Voepass anuncia demissão de “parte significativa” da empresa

O cofundador e presidente da Voepass Linhas Aéreas, José Luiz Felício, anunciou na 2ª feira (14.abr.2025), por meio de uma carta aos funcionários da empresa, a demissão de “parte significativa” da equipe. Entre os funcionários desligados estão tripulantes, aeroportuários e profissionais de áreas de apoio. As informações são do portal g1.

Sem informar quantos empregados serão demitidos, Felício justificou a medida afirmando que a saúde financeira da companhia se fragilizou com a suspensão temporária das suas operações, estabelecida pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) em 11 de março.

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“Este é um reflexo do impacto dos acontecimentos recentes sobre nossa empresa. Como todos sabem, a suspensão temporária de nossas operações afetou profundamente nossa capacidade financeira, que já vinha fragilizada em decorrência da redução da nossa malha aérea após o acidente de agosto do ano passado”, afirmou Felício em referência à queda de uma aeronave em um condomínio em Vinhedo, no interior de São Paulo, que matou 62 pessoas.

Para a Anac, houve “quebra de confiança” por parte da Voepass. Em uma auditoria da agência, foram constatadas as mesmas irregularidades que já haviam sido apontadas em inspeção anterior, à época do acidente em Vinhedo. A suspensão, portanto, fica em vigor até que empresa fosse capaz de comprovar “a correção de não conformidades relacionadas aos sistemas de gestão […] previstos em regulamentos”.

Na carta, o fundador da Voepass disse que “assim como outras organizações”, os órgãos decisores da companhia foram “forçados a aceitar” que precisam “dar alguns passos para trás para garantir a continuidade” da missão da empresa. “Esta decisão foi tomada de forma responsável. Por isso, consideramos todos os cenários possíveis para minimizar os impactos”, declarou. Essa missão, segundo escreve no texto, é a de “conectar o interior do Brasil aos grandes centros”. 

Ao g1, representantes da Voepass afirmaram que estão tratando diretamente das demissões com os sindicatos.

Além da suspensão, também em março, o TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo) concedeu uma liminar que suspendeu a decisão que obrigava a Latam, parceira da Voepass desde 2014, a pagar R$ 34,7 milhões para a companhia aérea. O relator do processo, juiz Sergio Shimura, acolheu o argumento da Latam de que o caso já está em uma corte de arbitragem e que a Voepass tentou conseguir o pagamento por outro meio.

A Voepass reclama que esse valor é referente a pendências da compra de capacidade em aeronaves da companhia que acabaram não sendo honradas e a outros contratos não respeitados. Por outro lado, a Latam diz que é credora da Voepass e não está na condição de devedora.

Fundada em 1995 na cidade de Ribeirão Preto, no interior paulista, a Voepass é formada pela Passaredo Transportes Aéreos e pela Map Linhas Aéreas.

Leia a íntegra da carta enviada aos funcionários: