Vendas na Páscoa devem ter recuo em meio à alta de preço do chocolate, mostra CNC

As vendas ligadas à Páscoa em 2025 devem ter uma leve queda, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC). A previsão é que o faturamento chegue a R$ 3,36 bilhões, um recuo de 1,4% em relação ao ano anterior, já descontando a inflação.

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O principal fator por trás dessa retração está nos preços dos produtos mais procurados no período. O chocolate, por exemplo, está com previsão de alta de quase 19%, o maior ajuste em mais de uma década. Esse movimento é explicado pela valorização do cacau fora do Brasil e pela queda do real, que passou de R$ 5 para R$ 5,80 em um ano.

Outros itens comuns no período também ficaram mais caros. O bacalhau e o azeite de oliva, por exemplo, registram altas próximas de 10%. A cesta com oito itens relacionados à data, no geral, deve subir 7,4% nos preços em relação ao ano passado.

Esse ambiente econômico tem exigido mudanças de rota no setor varejista. O presidente da CNC, José Roberto Tadros, explica que o cenário externo tem pressionado os custos e afetado o comportamento de consumo, o que leva empresas a ajustarem seus planos.

“O momento atual da economia brasileira é marcado por pressões inflacionárias vindas do mercado internacional e pela volatilidade cambial. O varejo sente os efeitos de um cenário macroeconômico incerto, o que resulta na desaceleração do consumo em datas importantes como a Páscoa. Isso força o setor a rever suas estratégias e planos em curto, médio e longo prazo”, afirma.

Além disso, dados do governo federal mostram que as importações ligadas à Páscoa também diminuíram. A compra de chocolates de fora do país caiu 17,6% em março, e o volume de bacalhau importado foi 11,7% menor.

Até 2024, o varejo mostrava uma trajetória de recuperação nas vendas de Páscoa, que tinham começado a reagir após os impactos da pandemia. Desde 2021, os números vinham subindo de forma consistente, refletindo maior movimentação econômica e aumento da renda. Mas esse ciclo deve ser interrompido neste ano.

Vendas na Páscoa por estado

As vendas seguem com concentração nos mesmos Estados de maior peso econômico. São Paulo lidera, com expectativa de R$ 923 milhões. Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul vêm em seguida, somando juntos mais da metade da receita nacional prevista. Ainda assim, algumas unidades da federação devem sentir retrações mais fortes, como a Bahia (-6,2%) e o próprio Rio Grande do Sul (-4,9%).

Apesar de o mercado de trabalho ainda apresentar alguma força, os valores elevados nas prateleiras devem fazer com que os consumidores repensem seus hábitos. A tendência é que a Páscoa de 2025 traga uma postura mais contida nas compras, mesmo com o simbolismo da data ainda presente no calendário comercial.

Ovos de Páscoa estão 9,5% mais caros em 2025

Os ovos de chocolate estão 9,52% mais caros neste ano. É o que mostra o levantamento preliminar feito pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE). Nos últimos três anos, o aumento acumulado dos ovos de páscoa chegou a 43%.

O maior aumento ocorreu no ano de 2023 (18,61%). Em 2024, o aumento foi um pouco mais modesto (10,33%).

Apesar do aumento elevado, alguns itens subiram muito acima desse patamar, destacando-se o chocolate (27,09%) e bombom (13,58%).

“O aumento dos custos de produção do chocolate é o principal motivo da elevação dos preços nos últimos anos. Questões climáticas causaram queda na oferta mundial do Cacau, disparando o preço desse importante insumo nos últimos 3 anos”, explica Guilherme Moreira, Coordenador do IPC-Fipe.

Os peixes também são bastante consumidos nesta época do ano e sofreram elevações mais contidas, sendo que o principal deles é o Bacalhau, que subiu 3,91% em relação ao ano passado.

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