Mais de 10 marcas chinesas vão vender carros no Brasil até 2026

O cenário do setor automotivo brasileiro está em rápida transformação com a chegada acelerada de marcas chinesas. A movimentação, que começou com tímidas importações, se converteu em uma estratégia global com foco no Brasil como polo estratégico. O ano de 2025 marca um novo capítulo para o mercado nacional, com a expectativa de que até 16 fabricantes da China estejam em operação no país, entre iniciantes e grupos já estabelecidos.

Pontos Principais:

  • Brasil terá até 16 marcas chinesas de carros em operação em 2025.
  • Fabricantes investirão em modelos elétricos, híbridos e a combustão.
  • Empresas como BYD, GAC, Zeekr e MG terão produção local ou CKD.
  • Estratégia inclui fábricas, tecnologia embarcada e rede de concessionárias.
  • Setor tradicional brasileiro será pressionado a se reinventar.

Essas empresas têm ampliado sua presença com um portfólio diversificado de modelos, que abrange carros elétricos, híbridos e até a combustão. A visão não é apenas comercial, mas também produtiva, com investimentos em fábricas locais, centros de pesquisa e parcerias com montadoras já atuantes no país. As estratégias variam, mas a meta é comum: conquistar participação significativa em um dos maiores mercados da América Latina.

Até o fim de 2025, 16 marcas chinesas estarão no Brasil: BYD, GWM, JAC, Neta, Zeekr, Caoa Chery, MG, GAC, Geely, Leapmotor, Polestar, Riddara, Wuling, Omoda, Jaecoo e Lynk & Co.
Até o fim de 2025, 16 marcas chinesas estarão no Brasil: BYD, GWM, JAC, Neta, Zeekr, Caoa Chery, MG, GAC, Geely, Leapmotor, Polestar, Riddara, Wuling, Omoda, Jaecoo e Lynk & Co.

Enquanto América do Norte e Europa impõem restrições à entrada dos veículos chineses, o Brasil aparece como uma alternativa viável para expansão. A combinação entre demanda crescente por veículos sustentáveis, políticas públicas de incentivo e um mercado consumidor em transição tecnológica impulsiona esse novo movimento da indústria automotiva global.

Expansão das operações chinesas no Brasil

Atualmente, seis marcas chinesas já atuam no mercado brasileiro: BYD, Caoa Chery, GWM, JAC Motors, Neta e Zeekr. Até o fim de 2025, esse número deve dobrar, com a chegada confirmada de fabricantes como MG (representada pela SAIC), GAC, Geely, Leapmotor, Omoda, Jaecoo, Polestar, Riddara e Wuling.

A entrada das novas marcas envolve diferentes formatos. Algumas apostam na importação inicial com planos de produção local a médio prazo. Outras já iniciaram a adaptação de fábricas existentes ou anunciaram novos investimentos em unidades industriais para veículos híbridos, elétricos ou flex. Essa movimentação inclui tanto a construção de plantas quanto processos CKD (com montagem nacional de veículos importados em partes).

  • A GAC investirá US$ 1 bilhão no Brasil e lançará sete modelos em 2025.
  • A Zeekr iniciou vendas no país e prioriza o segmento premium com modelos elétricos.
  • A SAIC estreia com a marca MG e já homologou dois modelos elétricos.
  • A Wuling estuda entrar por meio de parceria com a General Motors.

Modelos, motivações e barreiras enfrentadas

A motivação principal das montadoras chinesas está na relevância estratégica do Brasil, considerado um dos mercados mais promissores para veículos eletrificados fora da Ásia. Representantes de empresas como Zeekr, SAIC e GAC destacaram o potencial nacional durante o Fórum Direções Brasil-China, evento que reuniu executivos do setor e analistas da indústria.

Os planos incluem SUVs, sedãs, hatches compactos e até picapes elétricas. Enquanto a GWM prepara a produção do Haval H6 e estuda o lançamento do Haval H4, a JAC aposta na picape Hunter com motor diesel. A Leapmotor, por sua vez, lançará o T03 com base técnica compartilhada com a Stellantis. Já a MG Motor posicionará o MG4 como rival direto do Golf GTI, atuando no segmento de elétricos esportivos.

Apesar da taxa de importação de 35%, as empresas sinalizam que esse não será um obstáculo intransponível. Elas citam o custo competitivo de produção na China e estratégias logísticas que ajudam a conter o impacto tarifário. Ainda assim, há desafios estruturais, como rede de concessionárias, pós-venda e homologação de modelos.

Investimentos, produção local e impacto na indústria

A chegada das marcas chinesas é acompanhada de aportes bilionários em fábricas, pesquisa e desenvolvimento. A GAC, por exemplo, já investiu R$ 120 milhões para viabilizar a produção de motores híbridos flex. A BYD, por sua vez, está em fase de implantação de sua planta em Camaçari (BA), enquanto a GWM opera a unidade de Iracemápolis (SP), adquirida da Mercedes-Benz.

A Geely firmou parceria com a Renault para montar veículos em São José dos Pinhais (PR), reforçando o movimento de integração com marcas já estabelecidas. As iniciativas envolvem também a transformação de antigas plantas industriais antes pertencentes a marcas tradicionais que encerraram ou reduziram atividades no país.

Para executivos como Ronaldo Znidarsis (Zeekr) e Henrique Sampaio (SAIC), a presença chinesa pressionará o modelo de negócios das montadoras tradicionais, que precisarão rever custos, estratégias e portfólios diante da nova realidade de mercado. A transformação também poderá estimular mudanças no regime tributário e regulatório, com ênfase no IPI Verde e no programa Mover.

Projeções, riscos e a resposta do mercado

A expectativa é que a entrada simultânea de até 16 marcas provoque uma reorganização do setor automotivo brasileiro. Mesmo com o histórico de tentativas frustradas de algumas fabricantes, como a Seres, os grupos que chegam agora se apoiam em estruturas mais sólidas e estratégias alinhadas à demanda global por eletrificação e conectividade.

O risco de baixa aceitação persiste, especialmente para marcas menos conhecidas e com suporte pós-venda limitado. Porém, com uma base crescente de consumidores dispostos a migrar para veículos elétricos e híbridos, e com preços que prometem ser mais competitivos que os de rivais europeus e norte-americanos, o mercado se mostra receptivo.

Executivos apontam que o consumidor brasileiro está cada vez mais aberto à inovação tecnológica, incluindo conectividade veicular, sistemas avançados de assistência à condução e atualizações remotas. Elementos que fazem parte do pacote oferecido pelas novas fabricantes que, além de disputar espaço com montadoras tradicionais, também precisarão demonstrar confiabilidade e estrutura de longo prazo.

Fonte: QuatroRodas, AutoEsporte e Garagem360.

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