Ligarei para Motta para ter “saída negociada” de Glauber, diz Macêdo

O ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, disse neste domingo (13.abr.2025) ao Poder360 que ligará na 2ª feira (14.abr.2025) para o presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), para ter uma “saída negociada” com o objetivo de manter o mandato do deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ).

Macêdo declarou que não discutiu o tema com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas disse que Glauber é um amigo antigo da Câmara. O deputado do Psol está em greve de fome e de quarentena na Casa Baixa desde 4ª feira (9.abr.2025), quando o Conselho de Ética aprovou o parecer que recomenda a cassação do seu mandato por 13 votos a 5.

O ministro disse que o mandato popular é uma “coisa muito séria” e que é preciso reforçar a democracia no mundo e no Brasil. Afirmou esperar diálogo na Câmara para preservar o mandato e a vida do deputado.

Estou aqui o amigo legal, do meu companheiro e cidadão, para fazer uma solidariedade a ele. Isso não é uma discussão que está sendo feita no governo”, disse Macêdo. “Eu vou ligar para Hugo. É uma pessoa muito sensível também. Vou conversar com ele. Acho que ele está conduzindo, neste momento, os trabalhos com muita competência, com muito respeito à pluralidade, então acho que é necessário que ele possa também se sensibilizar e ajudar a ter uma saída negociada para esse impasse”, completou.

Macêdo disse que é amigo de Glauber, que foi eleito pela primeira vez à Câmara em 2006. O ministro foi eleito deputado em 2010 e assumiu o mandato em 2011. “Eu estou vindo como amigo aqui fazer uma visita, preocupado com a saúde física dele, mas vi uma pessoa muito bem alimentada pela esperança de poder manter o seu mandato popular e continuar defendendo o povo brasileiro”, disse.

ENTENDA O CASO

Glauber responde a um processo por agredir, em abril de 2024, o youtuber Gabriel Costenaro, integrante do MBL (Movimento Brasil Livre). Na ocasião, o deputado disse que havia sido provocado e, por isso, se sentiu intimidado pelo ativista.

Gabriel, por sua vez, afirmou que foi abordado por Glauber enquanto almoçava e, então, expulso aos pontapés da Câmara dos Deputados. Depois do episódio, o Novo enviou à Mesa da Câmara o pedido de cassação do mandato do carioca, que foi encaminhado por Lira ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.

O congressista declarou repetidas vezes que o relatório a favor de sua cassação, do relator Paulo Magalhães (PSD-BA), é resultado de uma negociação com o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), que o psolista acusa de persegui-lo.

Glauber Braga e seu partido foram responsáveis por iniciar a ação judicial que fez o STF (Supremo Tribunal Federal) travar a destinação de emendas, em 2024. Na oportunidade, o congressista disse que Lira “sequestra” o Orçamento com a execução de emendas de congressistas.

O Conselho de Ética da Câmara aprovou o pedido de cassação por 13 votos a 5. Essa aprovação, no entanto, não resulta na perda imediata do mandato. Braga pode entrar com um recurso para que a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) analise o parecer, antes de ser votado no plenário.

Caso vá a plenário, o processo precisa de ao menos 257 votos favoráveis para confirmar a cassação.


Leia mais sobre o processo de cassação de Glauber Braga:

  • Glauber Braga diz que relatório pela sua cassação “já estava comprado”;
  • Glauber Braga diz que fará greve de fome até cassação ser decidida;
  • Marco Nanini vai à Câmara manifestar apoio a Glauber Braga;
  • Conselho de Ética da Câmara aprova cassar mandato de Glauber Braga;
  • Vou até o limite, diz Glauber após ter cassação aprovada.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.