Procedimento inédito salva vida de recém-nascida no Amazonas

Um procedimento pioneiro na rede pública estadual do Amazonas salvou vida de uma criança que permaneceu dois meses internada na Maternidade Ana Braga, em Manaus.A pequena Eloá, bebê indígena da etnia Baré, recebeu alta médica após vir ao mundo prematura e precisar de duas transfusões sanguíneas intrauterinas, ou seja, ainda no ventre materno. O procedimento de alta complexidade foi realizado pela primeira vez na rede pública do Amazonas.Leia tambémTadalafila na musculação? Entenda os riscos do uso sem prescriçãoEntenda a importância da fisioterapia na reabilitaçãoEloá nasceu em 8 de fevereiro em uma cesareana, depois que sua mãe, Daniela Tavares, enfrentou uma gravidez classificada como alto risco devido à incompatibilidade sanguínea entre ambas. A paciente, natural de São Gabriel da Cachoeira, foi identificada pelo programa de Telemonitoramento de Pré-Natal de Alto Risco (TelePNAR).quer receber mais notícias do Brasil e do mundo? Acesse o canal do DOL no WhatsApp!Da UTI para casaDurante o tratamento na UTI, Eloá apresentou evolução significativa, com ganho de peso de 2,265 kg para 2,620 kg.Segundo Edilson Albuquerque, diretor da Maternidade Ana Braga, a bebê participou de sessões do Método Canguru, técnica que estimula a amamentação e fortalece o vínculo entre mãe e filha, fator decisivo para sua alta definitiva.”Foi um verdadeiro milagre, pois ela passou por mais de quatro paradas cardíacas e dias intensos na UTI. Agora, em casa, segue em recuperação e fortalecimento”, declarou o diretor.Emocionada, Daniela Tavares celebrou a vida da filha e destacou o papel fundamental da Maternidade Ana Braga na recuperação:”Eu acredito no SUS, eles fizeram o possível e o impossível, a minha filha é a prova viva disso. Uma bebê que estava em estado gravíssimo, teve várias paradas cardíacas e mesmo assim, os profissionais nunca desistiram.”A mãe complementou: “Na minha gestação, também fizeram de tudo, e no meu parto, se empenharam para garantir o melhor para mim e para a minha filha.”Programa salva vidas em áreas remotasO TelePNAR, iniciativa de Telemedicina desenvolvida em parceria pela Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e Ministério da Saúde (MS), atua com foco nas regiões mais afastadas do estado.”Foi um trabalho em equipe, que envolveu diferentes especialidades para garantir que tanto a mãe quanto o bebê tivessem o melhor atendimento possível”, afirmou o médico obstetra Carlos Henrique Esteves Freire, da Ufam, integrante do programa que identificou o caso e indicou a transferência para Manaus.A secretária de Saúde do Amazonas, Nayara Maksoud, ressalta a importância do TelePNAR na diminuição da mortalidade materna no estado. De acordo com ela, entre 2024 e 2025, ocorreu uma redução histórica de 49% nos índices, resultado direto do aprimoramento da assistência às gestantes de alto risco e da ampliação do acesso à Telemedicina.O caso de Eloá representa um avanço importante na medicina materno-infantil, especialmente para comunidades indígenas em localidades remotas do estado amazônico.
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