Recessão global no radar: Fed atrasado e inflação alta preocupam

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O alerta para uma possível estagflação nos Estados Unidos ganhou força após as últimas falas do presidente do Fed, Jerome Powell. Em entrevista à BM&C News, Andressa Durão, economista do ASA, avaliou que a combinação de tarifas elevadas, inflação persistente e riscos de recessão formam um cenário desafiador não apenas para a economia americana, mas também para os países emergentes.

O Fed está atrasado“, afirmou Andressa. Segundo ela, o banco central americano falhou em ser mais “hawkish” no momento certo e agora precisa reconsiderar sua postura diante dos riscos crescentes. “Eles estavam ignorando dados importantes e focando apenas em expectativas ancoradas de inflação“, completou.

Inflação nas alturas e risco de recessão criam dilema para o Fed

Na visão de Andressa, embora o Fed tenha inicialmente tratado a inflação como um efeito transitório, provocado pelas tarifas, o cenário se deteriorou rapidamente. A incerteza sobre repasses aos consumidores e as retaliações internacionais adicionam camadas de complexidade.

A inflação deste ano será revisada para cima, mas, com uma recessão em andamento, a tendência para o próximo ano é de queda nos preços”, explicou.

Ela destacou que o Fed deveria agora acompanhar de perto as expectativas de inflação de longo prazo. Caso essas expectativas permaneçam ancoradas, o banco central poderá adotar uma política mais dovish, ou seja, de estímulo à economia por meio da redução de juros.

Impacto nos emergentes: fuga de capitais e pressão sobre moedas

Para os países emergentes, o impacto da recessão global tende a ser semelhante ao de crises anteriores. “Vamos ter uma fuga de capitais para ativos mais seguros, como o dólar e os Treasuries americanos“, alertou a economista.

Ela lembrou que, apesar de o Brasil ter inicialmente escapado das tarifas mais pesadas, o efeito de uma recessão global será inevitável. A pressão sobre a balança comercial e a volatilidade cambial devem atingir em cheio as economias em desenvolvimento.

Estímulos pontuais podem atenuar impacto global

Apesar do cenário desafiador, Andressa observa que algumas economias estão se movimentando para conter os danos. Ela citou medidas anunciadas na Europa e na China, que buscam antecipar estímulos para suavizar a queda do PIB.

No Brasil, também estamos vendo algumas medidas domésticas que podem atenuar o impacto da recessão global“, afirmou, destacando a importância das respostas internas de cada país para lidar com o choque externo.

A economista concluiu que o cenário global segue pressionado, mas os efeitos poderão ser moderados conforme as políticas de estímulo avancem. “Cada economia terá que reagir com seus próprios instrumentos para enfrentar essa recessão que está a caminho“, finalizou.

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