Jogos do Sousa, Auto Esporte e Flamengo estão entre os investigados sob suspeita de fraude e manipulação de resultados

Jogos do Sousa, Auto Esporte e Flamengo são investigados sob suspeita de fraude e manipulação de resultados, durante partidas na Paraíba. O Ministério Público de Goiás (MP-GO),  a terceira fase da Operação Penalidade Máxima, que investiga supostas fraudes em jogos de futebol. São cumpridos 10 mandados de busca e apreensão em 8 municípios de Goiás e mais quatro estados.

A operação é feita por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI). A ação conta com apoio da Polícia Militar de Goiás, do Cyber Gaeco do Ministério Público de São Paulo e dos Gaecos dos Estados do Mato Grosso do Sul, Paraíba e Rio de Janeiro.

Os mandados são cumpridos em Goiânia (Goiás), Bataguassu (Mato Grosso do Sul), Campina Grande (Paraíba), Nilópolis (Rio de Janeiro), Santana do Parnaíba (São Paulo), São Paulo, Volta Redonda (Rio de Janeiro) e Votuporanga (São Paulo).

A terceira fase da operação é um desdobramento das fases I e II, deflagradas em fevereiro e abril deste ano. Segundo o MP-GO, até o momento, três denúncias recebidas pelo Poder Judiciário, com 32 pessoas acusadas de crimes de integrar organização criminosa e corrupção em âmbito desportivo.

Jogos de Goiás e Flamengo estão entre os investigados. Segundo o MP, as partidas dos campeonatos nacionais são do segundo turno e as dos estaduais aconteceram em janeiro e fevereiro. São investigadas possíveis fraudes nos resultados das seguintes partidas:

Avaí x Flamengo, pela Série A do Brasileirão de 2022;
Náutico x Sampaio Corrêa, pela Série B do Brasileirão de 2022;
Náutico x Criciúma, pela Série B do Brasileirão de 2022;
Goiânia x Aparecidense, pelo Goianão de 2023;
Goiás x Goiânia, pelo Goianão de 2023;
Nacional x Auto Esporte, pelo campeonato Paraibano de 2023; e
Sousa x Auto Esporte, pelo campeonato Paraibano de 2023.

A investigação apura que um grupo criminoso oferecia dinheiro para jogadores receberem punições, como cartão amarelo, vermelho, cometimento de pênalti ou placar parcial na partida. Desta forma, os integrantes do esquema lucravam em sites de apostas esportivas.

O g1 pediu um posicionamento aos clubes citados como envolvidos em partidas com resultados possivelmente fraudados. O Criciúma informou que o time não foi acionado e o jogador expulso da partida era do Náutico. O Sousa explicou que não foi notificado e está tranquilo porque não compactua com essa prática e estará à disposição da Justiça para qualquer esclarecimento.

O Aparecidense disse não ter conhecimento das investigações e ressaltou o comprometimento do clube em um trabalho limpo e respeitoso. Informou também que já solicitou cópia e informações das investigações. Por telefone, a assessoria de imprensa do Goiás informou que não irá se manifestar sobre o assunto.

O Avaí disse que está à disposição das autoridades para esclarecer os fatos e que o clube repudia qualquer forma de manipulação que possa prejudicar o jogo. O Goiânia disse que se surpreendeu com a nova fase da operação, reforçou o compromisso com o “jogo limpo e a ética” e disse que colabora para que “todos os envolvidos sejam severamente punidos”.

O Auto Esporte disse que está “atento às investigações” e à disposição das autoridades para colaborar com o que for necessário. Além disso, disse que já disponibilizou à operação materiais que conseguiu ter acesso, como prints e áudios, com indícios de fraude e que continuará acompanhando para que todos os fatos sejam esclarecidos.

Já o Náutico informou que soube da terceira fase por meio da imprensa e que se mostrou disponível para colaborar com as investigações na condição de testemunha. Além disso, pontuou que “apenas com uma punição séria e justa aos culpados é possível garantir a lisura da prática esportiva” no país”.

O Flamengo, Nacional e Sampaio Corrêa não responderam até a última atualização desta reportagem.

 

 

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