Conselho de Ética da Câmara aprova cassar mandato de Glauber Braga

O Conselho de Ética da Câmara aprovou nesta 4ª feira (9.abr.2025) o pedido de cassação do deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ). A decisão foi aprovada por 13 votos a 5, mas não resulta na perda imediata do mandato. O processo agora segue para o plenário da Casa, onde são necessários ao menos 257 votos favoráveis para a cassação ser confirmada.

O congressista responde a um processo por agredir, em abril de 2024, o youtuber Gabriel Costenaro, integrante do MBL (Movimento Brasil Livre). Glauber declarou repetidas vezes que o parecer é resultado de uma negociação com o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), a quem o psolista acusa de persegui-lo.

REUNIÃO ACALORADA

A cassação se deu depois de muita discussão e troca de farpas entre deputados da direita e da esquerda.

O debate se iniciou de modo calmo, mas uma grande confusão se instaurou depois de o deputado Marcos Pollon (PL-MS) e o deputado Delegado Fabio Costa (PP-AL) apresentarem requerimentos para o encerramento da discussão. Aliados de Glauber Braga queriam manter a discussão do caso.

O requerimento foi rejeitado pela maioria e, depois, foi encaminhada a votação da relatoria favorável à cassação de Glauber.

Deputados da esquerda e militantes presentes acusaram o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de fazer “manobras” para tirar o mandato do congressista do Psol. Glauber Braga e o ex-presidente Arthur Lira (PP-AL), padrinho político de Motta, são rivais políticos há tempos.

Glauber declarou repetidas vezes que o parecer é resultado de uma negociação com o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), a quem o psolista acusa de persegui-lo.

Em 2024, o congressista carioca disse que Lira “sequestra” o Orçamento com a execução de emendas de congressistas. 

“Quem articula o sequestro de bilhões do orçamento público brasileiro, como tem feito o senhor Arthur Lira, é um bandido. Eu não vou poder mais dizer a verdade? São bilhões”, disse Glauber na época. 

O relator do caso, citou as críticas do psolista ao ex-presidente da Câmara em seu parecer. 

“O desrespeito ao [ ex-]presidente [da Câmara] configura afronta não apenas à pessoa do ocupante do cargo, mas à própria Casa Legislativa e aos demais Deputados que a integram, pois trata-se do representante máximo deste Parlamento, responsável por garantir o seu funcionamento regular e a higidez de suas deliberações”, declarou Magalhães.

“Portanto, é imperioso admitir que o Representado, com seus vamente incidiu na prática da conduta descrita no art. 4°, inciso I, do e Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados, sendo o caso sob exame, a sanção de perda do mandato”, acrescentou.

Deputados da bancada do Psol afirmaram durante a sessão haver uma inconsistência da Casa Baixa no ordenamento de processos semelhantes. Disseram que o tratamento dado ao deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) foi menos rígido quando comparado com Glauber Braga. 

O conselho aprovou, em agosto de 2024, a cassação de Brazão, acusado de ser o mandatário do assassinato contra a ex-vereadora Marielle Franco (Psol-RJ). 

RELEMBRE O CASO  

Em abril de 2024, o deputado Glauber Braga agrediu e expulsou da Câmara o youtuber Gabriel Costenaro, um integrante do MBL.

O congressista disse à época que havia sido provocado e, por isso, se sentiu intimidado pelo ativista do MBL. Gabriel, por sua vez, afirmou que foi abordado pelo deputado enquanto almoçava e, então, expulso aos pontapés da Casa Baixa.

Depois do caso, o Novo enviou à Mesa da Câmara o pedido de cassação do mandato do carioca. O ex-presidente da Casa Baixa Arthur Lira acatou a solicitação e encaminhou ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.

Assista (29s):

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