Qual modelo de declaração do Imposto de Renda é mais vantajoso? Entenda

Na hora de declarar o Imposto de Renda, muitos contribuintes têm dúvidas sobre qual modelo de dedução escolher, o simplificado ou o de deduções legais.

Segundo especialistas, a melhor forma de declarar depende da quantidade de despesas que o contribuinte teve ao longo do ano com saúde, educação, dependentes e previdência. 

Erros na escolha ou no preenchimento podem levar à perda de benefícios ou até à temida malha fina.

Confira como funciona cada modelo de dedução do IR 2025 e entenda qual opção pode aumentar a restituição ou reduzir o imposto a pagar.

Quais são os modelos de dedução do Imposto de Renda?

Atualmente, há duas formas de deduzir despesas na declaração do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF):

  1. Desconto simplificado:
  • Aplica um desconto padrão de 20% sobre os rendimentos tributáveis, limitado a R$ 16.754,34
  • Não exige comprovação de despesas
  • Recomendado para quem não teve muitas despesas dedutíveis no ano anterior
  1. Deduções legais (modelo completo):
  • Permite que o contribuinte detalhe todas as despesas dedutíveis, como saúde, educação, previdência privada e dependentes
  • Exige comprovantes e documentação dos gastos
  • Pode garantir maior restituição ou reduzir o imposto a pagar, se os valores forem elevados

Entenda: Quem precisa declarar Imposto de Renda?

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Quais despesas podem ser deduzidas no modelo completo?

A professora Ahiram Cardoso, do curso de Ciências Contábeis da Unime, explica que o modelo completo é ideal para quem teve gastos expressivos e comprováveis, especialmente nas seguintes áreas:

  • Saúde: sem limite de valor. Inclui consultas, exames, cirurgias, dentistas, psicólogos, hospitais e planos de saúde, desde que com comprovantes
  • Educação: mensalidades escolares, faculdade e cursos técnicos. O limite anual de dedução é de R$ 3.561,50 por pessoa
  • Dependentes: cada dependente declarado garante uma dedução de R$ 2.275,08.
  • Previdência privada: planos PGBL com dedução de até 12% da renda tributável anual

Confira: Tabela do Imposto de Renda

Qual modelo escolher: simplificado ou completo?

Segundo o vice-presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Rio de Janeiro (CRC-RJ), Paulo Pêgas, o melhor caminho é preencher os dados corretamente no sistema da Receita Federal, pois o próprio programa indica qual modelo será mais vantajoso.

“O contribuinte deve informar as deduções que tem, porque o próprio programa da Receita Federal informa quanto você teria que pagar no modelo completo e quanto você teria que pagar no modelo simplificado. E aí, você escolhe: o menor valor a pagar ou o maior valor a restituir”, explica Pêgas.

Ou seja, não é necessário saber de antemão qual modelo usar. Ao preencher todos os dados corretamente, o sistema faz a simulação e apresenta os dois cenários para que o contribuinte escolha o mais favorável.

Saiba mais: Qual valor mínimo para declarar o Imposto de Renda?

Dicas para declarar o IR e não cair na malha fina

Ao preencher a declaração do Imposto de Renda, não basta apenas escolher o modelo mais vantajoso.

É fundamental ter atenção aos detalhes para evitar erros que possam levar o contribuinte à malha fina da Receita Federal, situação em que a declaração fica retida para verificação de inconsistências ou suspeitas de irregularidade.

Confira abaixo algumas recomendações essenciais para entregar a declaração com segurança:

  • Revise todas as informações antes de enviar: confira valores, nomes, CPFs e dados bancários
  • Guarde os comprovantes por pelo menos 5 anos: isso vale para recibos de médicos, escolas, planos de saúde e qualquer outro documento que comprove despesas dedutíveis
  • Informe corretamente seus rendimentos: tanto os tributáveis quanto os isentos, como pensões, aposentadorias e aplicações financeiras
  • Não omita fontes de renda: até mesmo trabalhos temporários, freelancers e rendimentos de dependentes devem ser declarados
  • Declare corretamente seus dependentes: só inclua pessoas que realmente se enquadram nos critérios legais, e lembre-se de informar os rendimentos deles
  • Cuidado com deduções médicas: só são permitidas aquelas com comprovante em nome do contribuinte ou de seus dependentes e com prestador de serviço identificado
  • Utilize a declaração pré-preenchida, se possível: essa modalidade reduz a chance de erro, pois já traz informações fornecidas por fontes pagadoras e instituições

Manter essas boas práticas reduz o risco de retenção na malha fina, garante maior tranquilidade no processo e evita atrasos na restituição ou notificações futuras. 

Em caso de dúvida, o recomendável é buscar o apoio de um profissional especializado, como um contador.

A escolha entre o modelo simplificado e o completo deve ser feita com base na realidade financeira de cada contribuinte.

Quem tem poucas despesas dedutíveis tende a se beneficiar do modelo simplificado, já quem possui muitos gastos com educação, saúde ou dependentes, geralmente se sai melhor com o modelo completo.

O ideal é simular os dois modelos antes de enviar a declaração e garantir o melhor benefício possível, seja em restituição ou em economia no pagamento de imposto.

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