Argentina de Milei está “no caminho correto”, diz Campos Neto

O ex-presidente do BC (Banco Central) Roberto Campos Neto declarou nesta 3ª feira (8.abr.2025) que a política econômica da Argentina está “no caminho correto”. O país é comandado por Javier Milei (La Libertad Avanza, direita), que assumiu com uma forte política de corte dos gastos públicos.

“O plano da Argentina está indo no caminho correto. Ele [Milei] fez um ajuste muito grande em um período muito curto. Teve uma queda de crescimento nesse momento, porque tira dinheiro da economia. Mas começa a ver a partir de 12, 13 ou 14 meses que a economia começou a crescer e a pobreza começa a diminuir”, declarou Campos Neto em entrevista ao programa “Pânico”, da Jovem Pan.

Segundo Campos Neto, é “importante” que o país diminua seus problemas econômicos para as pessoas perceberem a possibilidade de se atingir um crescimento sustentável “com menor participação do governo”.

O ex-presidente do BC também disse que o câmbio da economia argentina “ficou muito apreciado”, ou seja, a moeda se valorizou em relação às outras. Segundo ele, isso é um “probleminha” que precisa de ajustes.

Campos Neto foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e presidiu o BC de 2019 a 2024. Ele deixou o posto em dezembro de 2024 para que Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), assumisse. Ficará no posto até 2029.

Durante a entrevista, Campos Neto disse ser “próximo” de autoridades econômicas que atuam na Argentina atualmente. A área econômica do governo Milei é chefiada por Luis Caputo.

“Fazendo as ressalvas, eu sou bastante próximo do ministro lá. Ele é bastante meu amigo. Também ao presidente do Banco Central. Acho que eles estão em um caminho em geral que é um direcionamento correto”, declarou.

Entenda a política econômica argentina

Javier Milei se tornou presidente da Argentina em dezembro de 2023 e substituiu a política econômica do antecessor Alberto Fernández (Justicialista) por uma agenda de ajuste fiscal com cortes de gastos intensos. O objetivo é tentar reduzir a dívidas e o deficit do país.

Milei implementou o que ficou conhecida como política da “motosserra”. Cortou gastos com programas sociais e reduziu o número de funcionários públicos. Ele também busca privatizar estatais em prol de uma “maior eficiência”.

Ele também aumentou impostos para equilibrar as contas públicas. Logo em seu 1º decreto, ele reduziu o número de ministérios de 19 para 9, paralisou obras públicas e reduziu o orçamento de setores como saúde e educação.


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