Toyota Corolla e Corolla Cross híbridos lideram entre os seminovos mais valorizados do ano

No universo dos carros usados, os modelos híbridos e elétricos ganharam protagonismo em 2024. O volume de transações bateu recorde no Brasil, com mais de 15,7 milhões de veículos vendidos, de acordo com a Fenauto. Entre os fatores que impulsionam esse movimento estão os preços mais baixos, a maior disponibilidade de seminovos ainda na garantia e, especialmente, a menor depreciação desses veículos em relação aos modelos zero-quilômetro.

Para ajudar consumidores e lojistas a entenderem melhor esse cenário, foi publicado o levantamento “Melhor Revenda 2025”, que analisa a valorização e desvalorização dos veículos eletrificados após um ano de uso. A metodologia compara os preços de venda em janeiro de 2024 com os valores médios praticados em janeiro de 2025. O estudo desconsidera modelos que foram lançados, descontinuados, reestilizados ou substituídos por novas gerações no período.

A pesquisa, realizada em parceria com a plataforma digital Mobiauto, avaliou 205 modelos entre automóveis e comerciais leves. A média geral de desvalorização do mercado foi de 7%. O levantamento segmenta os veículos por faixa de preço e tipo de motorização, com destaque para carros híbridos e elétricos, que apresentaram comportamentos distintos dependendo da faixa de valor e da tradição da marca no mercado brasileiro.

Híbridos até R$ 250.000

Entre os modelos híbridos com valor até R$ 250 mil, os que menos perderam valor foram o Toyota Corolla e o Corolla Cross. Ambos registraram desvalorização de apenas 11%, mesmo sem liderarem o ranking de vendas no ano anterior. O bom desempenho na revenda se deve à presença consolidada da Toyota no país e à preferência por modelos com histórico de manutenção mais previsível. Os dois contam com conjunto híbrido pleno, que combina motor 1.8 flex de 101 cv com dois motores elétricos de 72 cv cada, entregando potência combinada de 122 cv.

Outros modelos relevantes nessa categoria incluem o GWM Haval H6 e o BYD Song Plus, que desvalorizaram 13% e 16%, respectivamente. Mesmo representando a nova geração de híbridos vindos da China e liderando as vendas no segmento, essas marcas ainda não superaram a Toyota quando o assunto é valorização de mercado no Brasil.

• 1º Toyota Corolla e Corolla Cross: -11%
• 2º GWM Haval H6: -13%
• 3º BYD Song Plus: -16%

Híbridos acima de R$ 250.000

No grupo dos híbridos de valor superior a R$ 250 mil, o destaque foi para três modelos que se valorizaram no período analisado. BMW 530e, Porsche Cayenne Hybrid e Cayenne Coupé Hybrid apresentaram valorização de 9%, comportamento raro no mercado automotivo. O modelo da BMW combina motor 2.0 turbo com propulsor elétrico, totalizando 299 cv. Já os SUVs da Porsche utilizam motor V8 4.0 combinado a um sistema elétrico que alcança até 739 cv e 96,9 kgfm de torque.

Mesmo com esse desempenho, modelos como Toyota RAV4 e Lexus ES 300h também se destacaram, com desvalorizações contidas de 8% e 9%, respectivamente. A categoria demonstra que, embora o preço de aquisição seja alto, o valor de revenda pode ser competitivo, principalmente entre marcas já conhecidas no Brasil.

• 1º BMW 530e, Porsche Cayenne Hybrid e Cayenne Coupé Hybrid: +9%
• 2º Toyota RAV4: -8%
• 3º Lexus ES 300h: -9%

Elétricos até R$ 300.000

O Volvo EX30, mesmo recém-chegado ao mercado, liderou o ranking entre os elétricos com preço até R$ 300 mil. O modelo foi oficialmente lançado em junho de 2024, mas já era comercializado em pré-venda desde setembro de 2023, com preços definidos em janeiro. Por isso, entrou na análise e teve desvalorização de 7%, valor alinhado à média do mercado. O desempenho do EX30 contrasta com o histórico de elétricos, que em 2024 chegaram a desvalorizar mais de 30% ao ano.

Na sequência aparecem BYD Dolphin e JAC E-JS1, com perdas de 16%, e o GWM Ora 03, com desvalorização de 18,5%. Apesar do avanço das marcas chinesas, o mercado ainda responde melhor aos modelos de marcas europeias tradicionais quando se trata de valorização.

• 1º Volvo EX30: -7%
• 2º BYD Dolphin e JAC E-JS1: -16%
• 3º GWM Ora 03: -18,5%

Elétricos acima de R$ 300.000

Na faixa acima de R$ 300 mil, o Porsche Taycan foi o modelo com menor desvalorização, com apenas 4%. Mesmo sendo o único Porsche do levantamento que não valorizou, o Taycan se destacou pelo desempenho comercial frente aos concorrentes. Também apresentaram boa performance o Ford Mustang Mach-E, com 5% de desvalorização, e os modelos Mercedes-AMG EQS e Taycan Cross Turismo, com 8%.

O comportamento dessa categoria mudou significativamente em comparação com o ano anterior, quando veículos elétricos de alto valor ainda enfrentavam resistência e baixa liquidez no mercado de usados. A maturidade do consumidor e o avanço da infraestrutura de recarga têm mudado esse cenário.

• 1º Porsche Taycan: -4%
• 2º Ford Mustang Mach-E: -5%
• 3º Mercedes-AMG EQS e Taycan Cross Turismo: -8%

Médias de desvalorização por categoria

O estudo também revelou as médias de desvalorização por categoria. Os sedãs médios e picapes compactas foram os que menos perderam valor, enquanto furgões comerciais e vans apresentaram as maiores quedas. Entre os elétricos e híbridos, as versões mais caras ainda sofrem com a percepção de custo elevado e menor liquidez, especialmente quando somadas as incertezas com manutenção e reposição de peças.

• Híbrido até R$ 250.000: -16%
• Híbrido acima de R$ 250.000: -11%
• Elétrico até R$ 300.000: -19%
• Elétrico acima de R$ 300.000: -41%

O levantamento também aponta o desempenho por marca. A Porsche foi a fabricante com maior número de prêmios, somando quatro reconhecimentos. BMW veio em seguida com três. Audi, Toyota, Volvo e outras oito marcas receberam dois prêmios cada, refletindo a diversidade entre os modelos mais valorizados.

Fonte: QuatroRodas.

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