VÍDEO: macaco invade casa, quebra taças e garrafas no ES


Segundo biólogo, animal da espécie bugio é um dos primatas mais ameaçados de extinção do mundo. Registro foi em Fundão, na Região Metropolitana de Vitória e macaco foi resgatado pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas-Ibama). Macaco bugio invade casa e quebra taças e garrafas no ES
Um macaco bugio entrou em uma casa e derrubou várias taças e garrafas da área gourmet da residência em Fundão, Região Metropolitana de Vitória, na tarde de sábado (29). Em um vídeo (veja acima) feito pela moradora é possível ver o animal andando pela bancada e depois pulando sobre parte de uma adega e até mesmo se pendurando na televisão.
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De acordo com um biólogo ouvido pelo g1, o macaco da espécie bugio ruivo é uma das mais ameaçadas de extinção do mundo por causa da perda de habitat e tráfico de animais.
Nas imagens feitas pela corretora de imóveis, Rosilene Scaldaferro, a mulher comenta com o marido que o macaco parece estar doente. No total, seis taças e quatro garrafas de vinho foram quebradas.
“Ai minhas taças, vai puxar, ai. Vai quebrar a televisão, vai quebrar tudo. Oh dó, ele tá machucado. Deixa ele quieto em cima da geladeira, tá machucado”, narrou a corretora no vídeo.
O animal foi recolhido pela Prefeitura de Fundão e levado para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas-Ibama).
Segundo o Cetas-Ibama, o bugio estava debilitado e com uma infecção por larvas na cauda, passou por tratamento e segue internado no local, que fica na Serra, Grande Vitória. Parte da cauda do animal vai precisar ser amputada e não tem previsão de alta.
Passeio pela casa
Macaco bugio invadiu casa e quebrou seis taças e quatro garrafas em Fundão, Espírito Santo
Rosilene Scaldaferro
No vídeo, o bugio anda pela bancada e fogão, e depois vai até a adega de madeira, onde taças e outras garrafas de bebidas ficam na parte de cima. Ao tentar passar entre os objetos, o animal se desequilibra e cai, e algumas taças vão ao chão.
O macaco tenta se segurar na televisão que está em cima da adega, começa a puxar os fios e o aparelho balança.
O animal se aproxima de outras garrafas na adega. Algumas tombam, mas não caem no chão. Ele sobe na geladeira e depois sai da área gourmet da casa.
Primeira visita
Animal tentou se pendurar em televisão após quebrar taças e se desequilibrar em casa em Fundão, Espírito Santo
Rosilene Scaldaferro
A casa onde foi feito o flagrante do macaco fica em um condomínio de chácaras no bairro Praia Grande. A corretora de 42 anos contou ao g1 que mora no local há sete anos e que foi a primeira vez que um macaco entrou no imóvel.
A estava com o marido no quintal quando viu o animal indo em direção ao espaço gourmet, que fica em uma área aberta da residência.
“Na região em volta a gente vê nas árvores e escuta vários macacos bugios. Eles não se aproximam das casas, diferentemente dos saguis. Os saguis a gente sempre coloca fruta nas árvores e eles vão comer e chegam mais perto, outras aves também. Mas um bugio assim foi a primeira vez, nunca tinha acontecido”, relatou.
Rose disse ainda que o macaco parecia estar assustado e, ao tentar sair da casa, deixou um pequeno rastro de destruição
“O terreno é aberto, não tem muro. Era umas 16h quando vimos ele indo para a área da churrasqueira. Meu esposo até jogou uma banana pra ele, mas ele não comeu. Ele estava arisco, a gente deduz que ele se machucou e por isso se afastou dos outros”, destacou.
Depois da aparição, a corretora e outros moradores ligaram para a Prefeitura de Fundão, para o Ibama e para os Bombeiros, e o animal foi resgatado na manhã de segunda-feira (31).
Macaco bugio foi resgatado após invadir casa em Fundão, Espírito Santo
Reprodução/Cetas/Ibama
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Animal ameaçado
O biólogo Saulo Ramos explicou que os bugios vermelhos são comuns em regiões de Mata Atlântica e são encontrados no estado em várias reservas ambientais próximas do local onde o macaco foi registrado, como por exemplo em Santa Teresa, na Região Serrana do estado.
“Muito inusitado esse registro. Dá pra ver que ele está com um ferimento na ponta da cauda e esses animais dependem muito dela para poder se pendurar e sobreviver, buscar alimento. E provavelmente devido ao ferimento e já debilitado, ele pode ter tentado buscar a presença de pessoas na esperança de ajuda, talvez”, pontuou.
Bugio-ruivo
Lucas Amorelli/NSC
Ramos também apontou a importância da espécie para o meio ambiente, e que a frequência de animais silvestres em áreas urbanas está diretamente ligada ao desmatamento.
“São muito importantes para o ecossistema porque se alimentam de muitos frutos e são importantes para a dispersão de sementes. Com a perda de habitat, os animais acabam buscando abrigo e alimento nas regiões urbanas. E aí que mora o perigo. E essa espécie também já sofreu uma grande diminuição de população por causa da febre amarela”, afirmou.
Além disso, o biólogo destacou que ao se deparar com um animal silvestre o essencial é não se aproximar, principalmente se houver indícios de que ele esteja doente e ligar o mais rápido possível para os órgãos de proteção ambiental.
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