iFood diz respeitar protesto de entregadores e estuda reajuste

O iFood divulgou uma nota em que diz estar disposto a dialogar com os entregadores do aplicativo, que realizam uma paralisação nacional nesta 2ª feira (31.mar.2025), e estudar a viabilidade de um reajuste para a categoria para 2025.

A empresa afirmou que, desde 2021, mantém conversas com representantes do grupo sobre iniciativas voltadas à remuneração e transparência. Disse respeitar o direito à manifestação pacífica. Os trabalhadores pedem por melhores condições de trabalho.

Entre as medidas citadas pela plataforma, estão o reajuste do valor mínimo da rota e do pagamento por km rodado em 2022, o aumento da taxa mínima acima da inflação em 2023 e a introdução de um adicional de R$ 3,00 por entrega extra em rotas agrupadas em 2024.

Segundo a empresa, o ganho bruto por hora trabalhada no iFood é 4 vezes maior do que o salário mínimo-hora nacional.

“De 2022 até 2024, os ganhos líquidos médios por hora trabalhada na plataforma foram 2,2 vezes superiores ao salário mínimo-hora, de acordo com os custos apontados em pesquisa realizada pelo Cebrap em 2023“, afirmou a empresa em nota enviada ao Poder360.

O iFood também afirmou oferecer benefícios aos entregadores, como seguro pessoal gratuito, planos de saúde, programas educacionais e apoio jurídico e psicológico em casos de assédio ou discriminação.

“Reforçamos que é importante respeitar o funcionamento dos estabelecimentos parceiros e garantir a livre circulação de funcionários e da população em geral, conforme previsto na Constituição, sempre prezando por um ambiente seguro e livre de qualquer tipo de violência”, disse.

GREVE DOS ENTREGADORES

Entregadores de aplicativo como iFood, Uber Flash e 99 Entrega realizam uma greve nacional nesta 2ª feira (31.mar) e na 3ª feira (1º.abr), com o objetivo de pressionar as plataformas por melhores condições de trabalho.

O presidente do Sindimoto-SP (Sindicato dos Motoboys de São Paulo), Gil Almeida, afirmou que a categoria está “há mais de 4 anos sem nenhum centavo de reajuste”.

A Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia, que representa o iFood, Uber e 99, afirmou que respeita o direito de manifestação dos trabalhadores e que as “empresas associadas mantêm canais de diálogo contínuo com os entregadores”. A entidade disse que as empresas associadas apoiam a regulamentação do trabalho por meio das plataformas digitais, buscando “garantir a proteção social dos trabalhadores e a segurança jurídica das atividades”.

Os entregadores pedem as seguintes mudanças:

  • reajuste da taxa mínima: de R$ 6,50 para R$ 10,00 por entrega;
  • aumento das despesas por milhas rodadas: de R$ 1,50 para R$ 2,50;
  • limitação das rotas de bicicleta: máximo de 3 km por pedido;
  • pagamento de taxa integral por entrega: cada entrega seja paga integralmente, sem cortes que consideram arbitrários quando há múltiplos pedidos no mesmo trajeto.
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