Entregadores de app fazem paralisação; leia as reivindicações

Entregadores de aplicativo como iFood, Uber Flash e 99 Entrega irão realizar uma greve nacional nesta 2ª feira (31.mar.2025) e na 3ª feira (1º.abr), com o objetivo de pressionar as plataformas por melhores condições de trabalho.

O presidente do Sindimoto-SP (Sindicato dos Motoboys de São Paulo), Gil Almeida, afirmou que a categoria está “há mais de 4 anos sem nenhum centavo de reajuste”.

“Cada vez mais, as empresas vão criando dados para comprometer mais o trabalhador, até que chegou a esse colapso”, disse Almeida, citado pela revista IstoÉ. Ele declarou que a categoria escolheu a data 1º de abril, Dia da Mentira, de maneira simbólica. “Queremos mostrar a mentira que as empresas contam”, afirmou.

O presidente da Amabr (Associação dos Motofretistas de Aplicativos e Autônomos do Brasil), Edgar Francisco da Silva, disse que, atualmente, os entregadores recebem apenas pela mão de obra, mas que todo o restante é custado pelos próprios trabalhadores.

“Tudo é a gente que compra: moto, capacete, celular, capa de chuva e etc. Nos pagam somente pela mão de obra, arcamos com todos os outros custos. Se um entregador ganha R$ 3.000, ele fica com R$ 1.500, por exemplo, porque o restante vai para gasolina, manutenção e prestação da moto, entre outros custos”, disse.

Edgar afirmou que, por ser um movimento espalhado em várias partes do Brasil, não há garantia que a paralisação dos entregadores seja total. “Tem alguns trabalhadores que não querem ir para a rua, mas assinaram o abaixo-assinado para demonstrar que apoiam o movimento”, disse.

A Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia, que representa o iFood, Uber e 99, afirmou que respeita o direito de manifestação dos trabalhadores e que as “empresas associadas mantêm canais de diálogo contínuo com os entregadores”. A entidade disse que as empresas associadas apoiam a regulamentação do trabalho por meio das plataformas digitais, buscando “garantir a proteção social dos trabalhadores e a segurança jurídica das atividades”.

Os entregadores pedem as seguintes mudanças:

  • reajuste da taxa mínima: de R$ 6,50 para R$ 10,00 por entrega;
  • aumento das despesas por milhas rodadas: de R$ 1,50 para R$ 2,50;
  • limitação das rotas de bicicleta: máximo de 3 km por pedido;
  • pagamento de taxa integral por entrega: cada entrega seja paga integralmente, sem cortes que consideram arbitrários quando há múltiplos pedidos no mesmo trajeto.
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