Casas Bahia propõe cláusula de ‘poison pill’ após disparada das ações e compra de Rafael Ferri; entenda

A Casas Bahia vai propor aos acionistas a inclusão de um novo artigo em seu estatuto que força o lançamento de uma oferta pública de aquisição de ações (OPA) em caso de atingimento de participação relevante na companhia.

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Também conhecido como ‘poison pill‘, o mecanismo visa evitar as chamadas ofertas hostis pela empresa. A Casas Bahia não possui um acionista controlador, cerca de 75% de suas ações estão livres para negociação (free float).

O chamado ‘plano de retenção e estabilidade’ da varejista ainda inclui outras propostas, como a extensão do prazo mínimo de convocação para assembleias gerais convocadas em atendimento a solicitação de acionista, e será deliberado por acionistas em assembleia convocada para 30 de abril.

A proposta do conselho de administração da Casas Bahia foi aprovada em reunião de 26 de março, cuja ata foi divulgada à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na tarde do domingo.

Proposta vem após alta incomum das ações das Casas Bahia

O movimento ocorre em um momento de alta sustentada das ações da varejista, que já sobem mais de 240% desde o início de março até então.

O rali dos papéis BHIA3, todavia, não esteve atrelado a bons resultados da empresa e mudanças relevantes nos fundamentos que justificassem uma valorização repentina.

Em partes, a alta das ações das Casas Bahia ocorre em meio a um movimento de short squeeze – nome dado ao fenômeno em que investidores que apostaram na queda de uma ação (short) são forçados a comprá-la de volta rapidamente para cobrir seus prejuízos, fazendo então o preço disparar.

Atualmente a empresa está com cerca de 25% de suas ações em circulação alugadas, patamar considerado alto.

A volatilidade dos papéis da companhia também esteve atrelada à entrada de um investidor em específico.

Entenda a entrada de Rafael Ferri no negócio

Neste mês de março, o investidor Rafael Ferri atingiu participação de 5,11% no grupo varejista. Ferri  compôs a posição com 1,73% em ações ordinárias adquiridas direta e indiretamente, além de 3,38% em derivativos de liquidação física.

Ferri declarou que o objetivo da compra dos papéis é estritamente de investimento, sem intenção de alterar o controle ou a estrutura administrativa da companhia. A compra ocorreu justamente no mês de março, durante o período de forte valorização das ações da Casas Bahia.

Cotação de BHIA3

Nesta segunda-feira, por volta das 16h30 (horário de Brasília), os papéis da Casas Bahia caíam 10,2%, a R$9,26.

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