Haddad afirma diz que Brasil resiste à guerra comercial

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil ocupa “posição privilegiada” para enfrentar a guerra comercial global. Em entrevista ao jornal britânico Financial Times, publicada no domingo (30.mar.2025), Haddad evitou responder diretamente sobre o deficit fiscal brasileiro e comentou sobre a “chateação” do mercado com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Quando questionado se o governo tinha o deficit sob controle, o ministro comparou sua função a um piloto de Fórmula 1. “Você não liga para ele e pergunta se tudo está sob controle”, disse Haddad. “Acho que temos uma boa equipe, um bom carro e, quem sabe, talvez até um bom piloto”, declarou. O jornal destacou projeções do FMI que indicam aumento da dívida bruta brasileira de 87,6% do PIB em 2024 para 97,6% em 2029.

No cenário internacional, Haddad comentou o fato de o Brasil não sofreu medidas exclusivas americanas apesar das críticas às taxas brasileiras. O ministro citou o superavit norte-americano de US$ 7,4 bilhões na balança comercial com o Brasil como fator que explica a ausência de retaliações.

“Não vejo nenhuma chance de escolher um lado”, declarou Haddad sobre as relações com China e EUA, principais parceiros comerciais do Brasil. Ele destacou o “excelente relacionamento bilateral” com os chineses e a “parceria histórica” com os americanos.

O ministro mencionou o acordo entre Mercosul e União Europeia, assinado em dezembro de 2024 após mais de 20 anos de negociação. O acordo elimina tarifas em 90% do comércio bilateral, mas enfrenta resistência de países como França e Polônia.

Haddad também afirmou que o mercado financeiro está “chateado” com o governo Lula porque “deu certo”. O ministro disse que gestores que apostaram contra o governo após a vitória eleitoral de 2022 “perderam dinheiro”.

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