Pesquisadores da UEPB coletam amostras de água do Rio Jaguaribe para análise, entre as praias do Bessa e Intermares

Um grupo de oito pesquisadores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) coletaram, na manhã deste sábado (29), amostras de água e biodiversidade aquática da foz do Rio Jaguaribe para análise, entre as praias do Bessa, em João Pessoa, e de Intermares, em Cabedelo.

Conforme observou o ClickPB, a visita, em que foram recolhidos peixes, plantas aquáticas, algas, micro crustáceos e outros materiais orgânicos, integra um cronograma de monitoramento previamente estabelecido.

A iniciativa tem como objetivo subsidiar órgãos, como a Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema), num estudo mais amplo sobre os fatores de interferência no local.

Os pesquisadores integram o Projeto Ecológico de Longa Duração – Rio (PELD-Rio), responsável pelo monitoramento de longo prazo das condições ambientais de ecossistemas diversos, como o Rio Paraíba, que está sendo estudado da nascente à desembocadura — o PELD é apoiado pelo Governo da Paraíba, por meio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq).

Outro projeto é o PPBio, que monitora a biodiversidade de áreas de mangue e restinga, como é o caso da foz do Rio Jaguaribe, cuja coleta de material ocorreu na manhã de hoje.

O professor Etham Barbosa, coordenador do grupo de pesquisa, destacou a importância de se estudar a biodiversidade para um melhor entendimento do ecossistema em análise.

“Na verdade, esse estudo traz um novo componente, que é o da biodiversidade, que reflete o estado ecológico desse ambiente, respondendo às pressões das mudanças que esse ambiente sofre ao longo do tempo. E esse é um indicador mais preciso do que você fazer apenas uma análise física e química da água, por exemplo”, observou o professor.

Ainda de acordo com Etham Barbosa, ao se entender o papel da biodiversidade, outros elementos, como a cor da água da foz do Rio Jaguaribe, acabam sendo melhor compreendidos pela população.

“Quando se adiciona o panorama da biodiversidade no estudo desse ambiente, também distensiona um pouco essa polêmica da cor da água, que já está esclarecida — qualquer banhista que se desloque para Barra de Gramame ou Jacarapé, por exemplo, vai se deparar com essa cor, porque são ambientes que estão próximos a áreas de mangue, e têm uma ‘digital’ muito importante, que é essa cor”, disse, destacando que, no caso da foz do Rio Jaguaribe, há uma forte ação humana, inclusive com um possível lançamento de águas residuárias.

André Pessanha, coordenador do Laboratório de Ecologia de Peixes da UEPB, explicou que outros elementos da ação humana têm contribuído para a degradação desse tipo de ambiente.

“Nesse monitoramento, por exemplo, encontramos peixes de aquário nessas águas — certamente alguém os soltou aí dentro. Como eles não têm predador, acabaram ‘se dando bem’ e, quando se misturam espécies exóticas com espécies nativas, o dano ambiental é muito grande”, comentou André.

Pesquisadores recolhendo amostras de peixes do Rio Jaguaribe. (Foto: Alberi Pontes/SECOM-PB)

Mancha escura nas praias

Análises da Sudema identificaram que, a mancha escura que apareceu em praias de João Pessoa no dia 17 de março, apresentava características típicas de mangue e a presença de coliformes fecais, o que pode indicar a presença de esgotos clandestinos.

De acordo com a Superintendência do Meio Ambiente, deve ser iniciada uma investigação sobre a possível ligação de esgotos clandestinos em toda a extensão do Rio Jaguaribe e seus afluentes, que deve servir de base para ações visando à melhoria da qualidade ambiental do local.

*Com SECOM-PB

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