Heloisa Teixeira é velada na ABL, no Rio de Janeiro

O corpo da escritora Heloisa Teixeira será velado na sede da ABL (Academia Brasileira de Letras), no centro do Rio de Janeiro, neste sábado (29.mar.2025). A cerimônia será das 15h às 19h. O documentário “Helô”, dirigido por Lula Buarque de Hollanda, filho mais velho da crítica literária, será exibido.

O velório, para amigos e familiares, será no domingo (30.mar.) no Crematório da Penitência, no Caju, zona norte do Rio, das 11h às 13h.

Um dos principais nomes do feminismo no Brasil, Heloisa morreu na 6ª feira (28.mar) aos 85 anos. A causa da morte foi uma insuficiência aguda causada por pneumonia. Ela estava internada na Casa de Saúde São Vicente, na Gávea, zona sul do Rio.

Em publicação no Instagram, a ABL lamentou a morte da escritora. “Nossa querida Helô foi imensa –e deixa um legado incontestável de pensamento crítico, generosidade e compromisso com uma cultura mais justa, plural e inclusiva.

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QUEM FOI HELOISA TEIXEIRA 

Nascida em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, Heloisa se mudou com a família para o Rio de Janeiro aos 4 anos. Era filha de um médico, professor, e uma dona de casa. 

Heloisa era formada em letras clássicas pela PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica), com mestrado e doutorado em literatura brasileira na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e pós-doutorado em sociologia da cultura na Universidade de Columbia, em Nova York. 

Ela foi diretora do Programa Avançado de Cultura Contemporânea da faculdade de Letras da UFRJ. Lá, coordenou o Laboratório de Tecnologias Sociais, do projeto Universidade das Quebradas, e o Fórum M, espaço aberto para o debate sobre a questão da mulher na universidade. 

A escritora tomou posse na ABL em 28 de julho de 2023 com nova identidade. Onze dias antes da cerimônia, ela tinha deixado de usar o sobrenome do primeiro marido, o advogado e galerista Luiz Buarque de Hollanda. Aos 83 anos, passou a adotar o sobrenome materno Teixeira. A relevância do gesto para ela resultou em uma tatuagem nas costas com o nome completo.

Na época, o presidente da ABL, Merval Pereira, destacou que quando foi eleita assinava Heloisa Buarque de Hollanda, mas na diplomação já era seu nome de nascimento.

Reconhecida como uma das principais vozes do feminismo brasileiro, ressaltou, durante o discurso de posse, a disparidade de gênero dentro da própria ABL. Heloisa Teixeira foi eleita com 34 dos 37 votos. 

Ainda somos pouquíssimas nessa casa: apenas 10 mulheres foram eleitas acadêmicas contra um total de 339 homens, o que reflete a desigualdade entre a eleição de homens e mulheres na ABL”. A academia foi inaugurada em 20 de julho de 1897.

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