Mianmar, atingido por terremoto, é governado por militares desde 2021

Mianmar, o país atingido por um terremoto que deixou 144 mortos nesta 6ª feira (28.mar.2025), é uma nação governada por um regime militar desde fevereiro de 2021. Desde então, a junta militar que governa o país também controla toda a mídia televisiva, radiofônica e os jornais locais.

Por causa da dependência da mídia em relação ao governo, não há meios para verificar as notícias referentes ao país de forma independente ou comparar com dados de outros veículos jornalísticos, incluindo as consequências do tremor que se deu nesta 6ª feira (28.mar).

Além de controlar a mídia, o acesso à internet e às redes sociais também é restrito para os moradores do país asiático. Conforme um estudo da organização norte-americana Freedom House, os países com as maiores restrições na rede foram Mianmar e China.

Outro estudo, dessa vez do EIU (Economist Intelligence Unit), afirmou que Mianmar é o penúltimo país com o menor índice de democracia, ficando à frente apenas da Coreia do Norte.

REGIME MILITAR

Em 1º de fevereiro de 2021, o Exército de Mianmar assumiu o poder do país e declararam estado de emergência. Os militares prenderam o presidente do país, Win Myint, e Aung San Suu Kyi, líder do partido governista e vencedora do Nobel da Paz em 1991.

Segundo a agência Reuters, os militares acusaram os governantes depostos de fraude eleitoral para permanecer no poder. Nas semanas que antecederam a tomada de poder, o chefe militar Min Aung Hlaing disse ter encontrado “desonestidade e injustiça na eleição” realizada 2 meses antes.

No início do regime, a população realizou protestos contra a junta militar, mas as forças armadas reprimiram as manifestações. Em 27 de março de 2021, os militares mataram pelo menos 114 pessoas que protestavam contra o golpe. Segundo o portal local Myanmar Now, havia crianças entre as vítimas.

A população foi às ruas durante a celebração do 76º Dia das Forças Armadas do país 1 dia depois de a TV estatal, a MRTV, alertar que opositores poderiam “correr o risco de levar um tiro na cabeça ou nas costas” caso protestassem. O anúncio não deixou claro que a medida seria adotada pelos militares apesar de fazer referência às “horríveis mortes anteriores”.

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