Empire of the Sun mostra no Lollapalooza 2025 que é muito mais do que mero hitzinho de TikTok


Duo australiano faz show psicodélico que flerta com sinestesia e prova que seu potencial ao vivo é superior a um som viral. Empire of the Sun toca ‘Walking on a dream’ no Lollapalooza 2025; veja trecho do show
O Empire of the Sun foi muito além da música no Lollapalooza desta sexta-feira (29). O duo australiano fez um show altamente sensorial. Alucinógena, a apresentação veio embalada por vídeos ultracoloridos, looks muito extravagantes e luzes neon.
Como assistir aos shows? Clique aqui para ver no Globoplay. Ou aqui para ver em 4K
TEMPO REAL: Acompanhe tudo o que acontece no Lollapalooza 2025
Essa foi a terceira vez da dupla no Brasil. Luke Steele e Nick Littlemore já tinham vindo em 2010 e 2015. Dessa vez, levaram seu eletropop para uma plateia que parecia não conhecer muito de sua discografia e se empolgava vez ou outra.
O momento de maior envolvimento do público foi em “Walking on a Dream”. Trilha de muitos virais do TikTok, o hit de 2008 vem sendo resgatado pela geração Z desde 2024. E seu revival contagiou o Lolla: até quem parecia não conhecer tanto da dupla se animou para registrar o hit (e postar, obviamente).
O show começou às 19h45. Não chovia, mas os músicos entraram no palco como se fosse o clima esse: chegaram ao som de trovões e um telão com raios projetados. Dois dançarinos tinham sobre suas cabeças uma espécie de capacete brilhante que sustentava um olho gigante.
Tudo ali era um show próprio: moda, maquiagem, cenografia e, claro, música. Cada detalhe muito bem amarrado com a proposta doidona dos artistas. Assistir ao show é uma experiência que pode ser metaforicamente comparada a uma viagem de LSD.
A apresentação abriu com “Changes”, música que também abre “Ask that God”, disco que carimbou grande parte do setlist do show eletrônico. Além das faixas recentes — lançadas em 2024 —, o repertório também privilegiou o álbum mais icônico dos artistas: “Walking on a Dream”, de 2008.
Depois de “Changes”, foi a vez de “The Feeling You Get” e “Half Mast”. Nessa primeira parte do show, o vocalista e guitarrista Luke vestia um longo roupão vermelho, mesma cor de um adorno posicionado em sua cabeça, contrastando com o look do tecladista Nick, que estava de branco dos pés à cabeça.
A partir de “We are the people”, Luke apareceu com outro look na mesma pegada, mas azul — como o tom dos gráficos e luzes que passaram a ser refletidos. Lá pelo meio, ele surgiu de branco.
Mas as peças mais diferentonas ficaram mesmo com os bailarinos. Eles vestiram galhos de planta, cristais brilhantes, máscaras sinistras, sol e lua.
O show também foi carismático. Luke conversou com o público e chamou para o palco um fantasma do videoclipe “Changes”. O músico disse que o personagem é brasileiro: amazonense, mais especificamente.
A estética psicodélica não é novidade nos shows dos Empire. Não à toa, Steele tem envolvimento com apresentações do Cirque du Soleil. Dá para entender porquê eles são tão teatrais.
Quanto ao som do Empire, é comum associarem o duo ao Daft Punk. O próprio Luke Steele chegou a se comparar com os colegas de EDM — em 2013 ele disse que os mascarados são melhor comercialmente, mas não musicalmente. Declaração que gerou polêmica e é facilmente contestável, mas o fato é que ambos tem uma energia futurista e, contraditoriamente, nostálgica.
A dupla terminou a apresentação após Luke quebrar sua guitarra e os dois engatarem em “Alive”.
No Lolla, ficou evidente que o Empire of the Sun é muito mais do que um trecho de hit viralizado no TikTok.
O nome do duo, segundo os músicos, veio de sua vontade de viajar a lugares nos quais o sol é venerado. De fato, eles se esforçam em proporcionar aos fãs uma fotossíntese noturna, repleta de energia mística e intergalática. Pode até ser meio tilelê, mas é acima de tudo um respiro em meio a tanta plasticidade musical. Muito bonito de ouvir, ver e sentir. Um tipo de flerte com a sinestesia.
Cartela resenha crítica g1
g1
Adicionar aos favoritos o Link permanente.