Moraes cobra defesa de Léo Índio após fala sobre ida à Argentina

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes determinou nesta 5ª feira (27.mar.2025) que a defesa de Leonardo Rodrigues de Jesus, conhecido como Leo Índio, preste informações, no prazo de 48 horas, sobre um vídeo no qual afirma que foi para a Argentina. O sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é réu por tentativa de golpe de Estado nos atos de 8 de janeiro.

A declaração foi em entrevista à rádio Massa FM, do Paraná, e foi ao ar na 4ª feira (26.mar.2025), no mesmo dia em que a 1ª Turma do STF tornou réus Bolsonaro e outros 7 acusados por unanimidade.

Leo Índio afirmou estar na Argentina há 22 dias com uma permissão que precisa ser renovada a cada 3 meses. Ele disse ter medo de ser preso ao pedir a renovação do documento.

O sobrinho do ex-presidente minimizou sua participação nos atos extremistas, alegando ter sido incluído no processo apenas por tirar uma selfie. Leo Índio responde pelos crimes de:

  • tentativa de golpe de Estado;
  • abolição violenta do Estado democrático de Direito;
  • associação criminosa;
  • dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União;
  • deterioração de patrimônio tombado da União.

“Não houve nenhuma imagem que me colocasse e me enquadrasse em nenhum desses crimes. Logo ali, na Praça dos Três Poderes, um dos locais mais monitorados do Brasil”, declarou.

STF MANTÉM LÉO ÍNDIO COMO RÉU

A maioria da 1ª Turma do STF votou nesta 5ª feira (27.mar) para rejeitar recurso e confirmar a decisão que tornou réu Léo Índio.

Até o momento, os ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino seguiram o voto do relator, ministro Alexandre de Moraes, o que configura maioria na rejeição do recurso da defesa, que queria impedir a abertura de ação penal. Luiz Fux tem até o fim de 6ª feira (28.mar) para votar.

Léo Índio foi denunciado pela PGR (Procuradoria Geral da República) por ter participado dos atos extremistas de 8 de janeiro de 2023. Segundo a denúncia, ele próprio publicou imagens em suas redes sociais em meio à invasão de prédios públicos.

Numa das publicações, ele aparece sobre o prédio principal do Congresso Nacional, onde ficam as cúpulas do edifício. Em outra, surge perto da sede do STF. Para a PGR, isso prova a participação dele na invasão e depredação dos edifícios.

No recurso, a defesa de Léo índio afirmou que o Supremo não é a Instância competente para processar o caso, uma vez que ele não tem foro privilegiado. Os ministros da 1ª Turma voltaram a rejeitar o argumento.

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